O site The Intercept Brasil divulgou nesta terça-feira (9) o primeiro áudio atribuído ao coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Há um mês atrás, o site já havia vazado diálogos entre Dallagnol e o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Na gravação divulgada, Dallagnol comemora a suspensão da liminar que permitia ao ex-presidente Lula conceder entrevistas durante as eleições para presidência do Brasil em 2018. Após a divulgação do primeiro áudio desde o início dos vazamentos pelo Intercept, a força-tarefa da Lava Jato no MPF-PR manifestou-se através de uma nota e apontou as mensagens como "falsas acusações".
Segundo o portal UOL, Dallagnol foi procurado pela equipe para se manifestar acerca do áudio divulgado, mas ainda não teria se pronunciado.
Dallagnol teria orientado procuradores
Segundo o jornal O Dia, o coordenador da Lava Jato teria orientado os procuradores presentes em um grupo formado no Telegram que mantivessem a descrição acerca da decisão e evitassem comentá-la publicamente, a fim de que o recurso "de quem tem uma posição contrária" fosse atrasado. Na transcrição do áudio vazado, Deltan informa os demais procuradores que o ministro Luiz Fux havia concedido uma liminar com efeito suspensivo da decisão do ministro Lewandowski, que autorizada que o ex-presidente Lula concedesse entrevistas durante a campanha presidencial de 2018.
O coordenador da Lava Jato enfatizou aos colegas que não divulgasse a informação. "Não vamos alardear isso aí, não vamos falar pra ninguém, vamos manter, ficar quieto, pra evitar a divulgação o quanto for possível", pediu Deltan. Em outro trecho do áudio, Dallagnol comemora a decisão que suspendia as entrevistas de Lula e classifica a notícia como boa.
"A notícia é boa, pra começar... começar... terminar bem a semana, depois de tantas coisas ruins, e começar bem o final de semana", conclui.
Força-tarefa da Lava Jato se manifestou
De acordo com o UOL, a força-tarefa da Lava Jato no MPF-PR emitiu uma nota sobre o áudio divulgado e afirmou que as supostas mensagens estariam sendo usadas, sofrendo edição ou sendo descontextualizadas, para embasar falsas acusações que divergem da realidade dos fatos.
No comunicado a Lava Jato afirma, ainda, que as supostas mensagens seriam frutos de crimes cibernéticos e não tiveram sua veracidade comprovada. O áudio vazado pelo Intercept teria sido enviado pelo aplicativo de mensagens Telegram, em um grupo chamado "Filhos do Januário 3", no dia 28 de setembro de 2018, às 23h33. Segundo o site, Dellagnol teria dito no grupo antes de enviar a mensagem, que enviaria uma informação urgente e que deveria ser mantida em segredo.