Nesta quinta-feira (25), o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que os celulares usados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), foram hackeados pelo mesmo grupo preso nesta última terça-feira (23). Essa informação foi dada através de uma nota para a imprensa. Segundo a nota, por causa de ser um assunto de segurança nacional, o presidente foi devidamente comunicado pela justiça.
Porém, o Ministério não informa se os dados do mandatário foram capturados ou se só houve uma tentativa de invasão dos hackers.
Em uma apresentação na tarde da última quarta-feira (24), a PF (Polícia Federal), informou que os hackers atacaram mais de mil celulares e participaram de fraudes bancárias.
As investigações apontam vários indicativos de que o celular do ministro da economia, Paulo Guedes, também foi hackeado pelos hackers que foram presos.
O coordenador geral da Polícia Federal – na área da inteligência – o delegado, João Vianey Xavier Filho disse que estima que mais de mil aparelhos diferentes foram hackeados pela quadrilha. Na coletiva à imprensa, o diretor-geral estava com o diretor do INC (Instituto Nacional de Criminalística).
Os supostos hackers e seus motivos
Os nomes dos supostos hackers foram divulgados: Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delagatti Neto. Segundo o advogado que defende Gustavo Henrique, a intenção de Delgatti era de vender as informações de Sergio Moro ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo a UOL, uma fonte anônima que pediu anonimato disse que Delgatti teria admitido que clonou o telefone do procurador Deltan Dallagnol. O caso dele (Delgatti) não aparece nessa investigação, já que o caso está sendo cuidado pela Polícia Federal do Estado do Paraná.
Nessa quarta-feira (24), o ministro Sérgio Moro parabenizou a atuação da Polícia Federal e disse que prederam as fontes dos vazamentos ao "The Intercept Brasil", que começaram a ser publicadas em junho.
Essas matérias são as mensagens trocadas entre o então, juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato.
Os responsáveis pelo site "The Intercept Brasil", disseram que não comentam as fontes que usam para fazer suas publicações e não confirmam a ligação e não há nenhum vínculo, até o momento. Os investigadores do caso Spoofing, não confirmaram também a ligação entre o site e os hackers presos, nem que há indícios se há ligação com o material vazado.
A decisão da prisão dos hackers suspeitos pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, foi baseada na hipótese de que há um forte indício de que esse grupo esteja integrando uma organização criminosa para praticar crimes e se uniram para invadir celulares de diversas autoridades. Essas invasões seriam pelo aplicativo Telegram.