O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tiveram recentemente uma conversa acalorada sobre nomes indicados ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As informações são do colunista Guilherme Amado, da revista Época, e foram divulgadas neste sábado (17).

De acordo com a matéria, há 15 dias Sérgio Moro não concordou com Bolsonaro sobre a retirada da indicação de nomes do Cade. O mandatário brasileiro teria pedido à Câmara dos Deputados que fosse excluído de tramitação os nomes de Vinícius Klein e Leonardo Bandeira Rezende.

Os nomes deles seriam analisados para o cargo de conselheiros do órgão de defesa da concorrência. Ao saber de tal fato, Moro teria pedido com urgência uma conversa com o presidente.

Segundo o colunista, Bolsonaro recebeu Moro e viu que ele estava descontente com a atitude tomada. Moro tentou argumentar mostrando que não havia razões do ex-capitão ter pedido a exclusão desses nomes. Segundo as informações do colunista, a discussão entre eles foi ficando mais forte e, para dar um desfecho na conversa, Bolsonaro teria dito ao seu ministro que a decisão já estava tomada: "quem manda sou eu".

Contudo, passado alguns dias, o clima entre eles teria voltado ao normal.

Interferências do presidente

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, Bolsonaro teria causado mais um grande problema para Moro.

A sua suposta interferência na chefia da Polícia Federal do Rio causou uma nova crise e uma queda de braço entre Palácio do Planalto, o órgão e o ministro da Justiça. A corporação teria ficado desconfortável com as interferências do presidente, feitas na quinta-feira (15).

Conforme a matéria, Bolsonaro, em pouco tempo, anunciou que faria a troca do superintendente do Rio, Ricardo Saadi, entretanto, ele já iria sair na semana que vem, e contestou a escolha do novo nome feito pela direção-geral, Carlos Henrique Oliveira.

Ainda segundo a Folha, o presidente teria dado como certa a nomeação de Alexandre Silva Saraiva para o cargo de delegado.

Mostrando que as decisões dele devem ser cumpridas, o mandatário brasileiro disse nesta sexta-feira (16) que os ministros têm liberdade para tudo, porém, ele é quem dá última palavra. Segundo Bolsonaro, se vão nomear alguém, ele pode vetar caso não concorde, pois não era um "presidente banana". "Quando vão nomear alguém, falam comigo. Eu tenho poder de veto, ou vou ser um presidente banana agora?", disse.