A ministra Damares Alves concedeu entrevista à TV Brasil sobre o tema abuso sexual que vai ao ar na próxima terça-feira (6). Segundo a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos o caso de abuso sexual, não se justifica, não se explica, apenas se pune.
O tema abordado pelo programa "Impressões", dirigido pela jornalista Roseann Kennedy surgiu ao ser levantado o questionamento sobre o alto índice de abuso registrado na ilha de Marajó (PA), que passou a ser alvo de especulação após a ministra afirmar ser necessário a implementação de uma fábrica de calcinhas que segundo a edição do vídeo que circula nas redes sociais, evitará os abusos sexuais de crianças na região.
Ao ser questionada sobre os ataques, críticas e desaprovação disseminados por internautas e artistas, Damares afirmou que sua fala partiu do questionamento de um dos agentes do arquipélago de Marajó que satirizou a pobreza extrema, explicando que a impossibilidade do uso de calcinhas fosse a justificativa para as atrocidades ocorridas na região. Sobre tal, a ministra afirmou que se o problema é a fome então deve ser levado comida e se outro problema é a falta de calcinha, então que seja levado uma fábrica de calcinhas, esclareceu a ministra.
Para Damares Alves uma fábrica em Marajó poderia devolver a dignidade da comunidade, através da geração de emprego e renda, de modo que, as famílias teriam maiores condições para sair da condição atual em que se encontra.
Em entrevista também respondeu que a prática do abuso e do incesto não é questão cultural, como afirmam alguns pesquisadores. Damares ainda relembrou a lenda do boto e destacou que era o pai que engravidava a menina e “botava a culpa no boto”, assim essa é mais uma lenda para encobrir os males sociais.
De acordo com Damares, uma grande massa popular deseja que o governo Bolsonaro não dê certo, mas ressaltou que sua luta já passa de uma década quando o assunto é abuso sexual, em especial, na ilha de Marajó.
A polêmica nas redes sociais
Diante do que foi explanado pela ministra, muitas publicações de revolta tomaram conta das redes sociais nos últimos dias. Uma das figuras ilustres da música brasileira, Fafá de Belém criticou a declaração de Damares.
Em defesa, Damares alertou que muitos pegam suas falas e editam o que gera má interpretação na busca de polemizar o Governo Bolsonaro.
Em resposta às críticas de alguns artistas a ministra propôs que façam um show beneficente para ajudar os moradores da ilha de Marajó.
A ministra informou que empresários de Miami estão dispostos a abraçar a ilha a fim de minimizar a situação de abusos na região.