Na noite desta segunda-feira (19), em um evento em Marília, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, apontou as estratégias que o Governo Jair Bolsonaro tomará contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) e outras facções criminosas violentas que ainda possuem forças no Brasil. De acordo com o ex-magistrado que conduziu a Operação Lava Jato, o governo precisa dar uma resposta a todos esses líderes de facções. Segundo o ministro, é necessário um tipo de isolamento desses líderes, os colocando em presídios de segurança máxima, baseados na Lei de Execução Penal da Itália, onde esses presídios são denominados de "cárcere duro".

Moro citou também as superprisões que existem nos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pelo portal O Estado de S.Paulo, nesta terça-feira (20).

O ministro alertou sobre organizações poderosas que tomam conta dos presídios, e, de lá mesmo, conseguem emitir ordens para bandidos que estão aqui fora. O ministro citou o caso que aconteceu recentemente no Ceará no início deste ano. Várias ondas de ataques deixaram a população aflita e a única maneira de conseguir impedir isso foi determinar a prisão dos envolvidos. Moro ressaltou que soltar esses criminosos seria deixar a população novamente alvo desses atos violentos.

Cárcere duro

Para o ministro, o remédio eficaz para combater o crime organizado são investigações profundas que cheguem até os patrimônios desses líderes, confiscando seus bens e mantendo eles isolados.

O 'cárcere duro' citado pelo ex-juiz federal seria esse isolamento dos líderes das facções. Moro citou que os cinco presídios de segurança máxima no Brasil são capazes de inibir esses criminosos. Segundo ele, não há histórico de fugas, rebeliões ou entrada de celulares nesses locais.

Sérgio Moro também comentou que muitos governos não enfrentaram os crimes como deveria ser e as facções ganharam força.

Conforme declarações dele, tem pessoas que de medo nem citavam o nome PCC: "uma falha era a falta de enfrentamento adequado à maior organização criminosa brasileira. Tem gente que diz que não deve falar o nome, é o PCC".

Conversa com Doria

O ministro disse também que conversou com o governador de São Paulo, João Doria, e, em comum acordo, decidiram transferir líderes de organizações criminosas para outros presídios.

Foi a mensagem que o governo deu aos criminosos.

Se a mensagem não for dada, os criminosos continuarão dando as ordens dos presídios e verão o Estado fraco para enfrentá-los. Por isso, de acordo com Moro, em fevereiro deste ano, uma ação conjunta do Estado, com o Ministério da Justiça e da Segurança Pública e o apoio das Forças Armadas conseguiu transferir esses líderes e barrar seus benefícios nas cadeias.