Após o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, a Anistia Internacional do Brasil emitiu uma nota de repúdio, reproduzida na íntegra pelo Portal UOL, lamentando o comportamento do presidente do Brasil durante o seu pronunciamento. Segundo Jurema Werneck, diretora da instituição no Brasil, em entrevista ao UOL Bolsonaro desperdiçou a oportunidade de manifestar o seu comprometimento com a preservação do meio ambiente. Além de apresentar um ''tom divisório'' em seu discurso.

Durante o seu discurso, o presidente brasileiro evitou citar evidências do nível preocupante da devastação da floresta Amazônica, assim como em demais parques de conservação ambiental no país.

Bolsonaro ainda fez questão de criticar publicamente a liderança indígena Raoni, que atua como defensor do meio ambiente e das comunidades indígenas na Amazônia, e responsabilizou os moradores das regiões afetadas pelas queimadas.

O pronunciamento da Anistia Internacional

Ainda durante o seu pronunciamento, Bolsonaro citou que grande parte da floresta segue intocada, e considera como falácias que a Amazônia é considerada patrimônio da humanidade e pulmão do planeta. Em nota, Jurema contesta a versão de Bolsonaro ao citar que a maior parte da floresta está intocada. A diretora ainda aproveitou para rebater as declarações do presidente brasileiro de que a violência e criminalidade no Brasil estão diminuindo.

Como prova disso, a Anistia Internacional do Brasil citou o caso ocorrido com a menina Agatha Félix, na cidade do Rio de Janeiro no último final de semana.

De acordo com dados apresentados pela entidade, de janeiro a setembro de 2019, em torno de 1249 pessoas faleceram durante operações da Polícia Militar em favelas do Rio de Janeiro.

Para Jurema, o Brasil precisa seguir um plano de segurança pública que esteja realmente comprometida com a diminuição dos homicídios aliado a uma estratégia que visa proteger todas as pessoas que estão em volta das operações militares.

Ainda segundo Jurema, a estratégia de combate às drogas adotadas pelo Governo brasileiro está ultrapassada e vem deixando um rastro de vítimas, sendo, a maioria das pessoas, inocentes.

O problema pode ser solucionado, mas para isso os governantes precisam aprender com as estratégias adotadas em outros países que um dia já enfrentaram o mesmo problema.

A Anistia Internacional do Brasil também criticou o presidente brasileiro por apresentar contradições no seu discurso em relação aos direitos humanos. Apesar de Bolsonaro apresentar o compromisso de respeitar os direitos humanos, ele obviamente acaba atacando algumas ONGs e algumas lideranças indígenas. Atualmente, o Brasil vem se tornando um país perigoso para os representantes dos direitos humanos. Sendo assim, a imprensa tem papel fundamental na denúncia de crimes e violação dos direitos humanos dos brasileiros.