De acordo com artigo publicado pelo portal UOL, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma queixa na ONU (Organização das Nações Unidas) acerca da postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante o discurso realizado na abertura da Assembleia Geral da ONU.

Em seu discurso, Bolsonaro citou que presidentes socialistas que o antecederam tinham desviado muito dinheiro do país e compraram uma parcela da mídia e também do parlamento: "há pouco, presidentes socialistas que me antecederam desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento".

Em seguida, Bolsonaro afirmou que tudo isso foi feito por causa de um "projeto de poder absoluto". Ainda em sua fala, o presidente elogiou a atuação de Sergio Moro, que foi o juiz responsável pela Operação Lava Jato, que prendeu Lula no ano passado. "Foram julgados e punidos graças ao patriotismo, perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o Dr. Sergio Moro", disse Bolsonaro.

Este discurso não foi bem recebido pela defesa de Lula, que alegou que Bolsonaro ignorou o princípio da presunção da inocência em seu discurso, pois "não há nenhuma decisão judicial condenatória definitiva" contra o ex-presidente.

A defesa de Lula fez um texto assinado pelos advogados do petista a fim de contestar a fala de Bolsonaro feita na manhã desta terça-feira (24), em Nova York.

Segundo o UOL, a defesa de Lula afirmou que já acionou a ONU com o objetivo de reclamar acerca do julgamento feito durante a fala de Bolsonaro, que segundo os advogados do petista não foi "justo, imparcial e independente". Por conta disso, a defesa de Lula escreveu no texto que levará o conteúdo da fala de Bolsonaro ao Comitê de Direitos Humanos da ONU.

De acordo com o UOL, o Planalto ainda não se manifestou acerca do posicionamento da defesa do ex-presidente.

Bolsonaro diz que discurso não foi 'agressivo'

Bolsonaro afirmou aos jornalistas que seu discurso realizado na manhã desta terça-feira em Nova York, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, não foi agressivo.

Segundo o presidente, seu discurso foi objetivo e contundente. "Eu estava buscando restabelecer a verdade das questões que estamos sendo acusados no Brasil", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que não mencionou de forma direta os nomes do presidente francês, Emmanuel Macron, nem da chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Segundo ele, havia mencionado apenas que a França e a Alemanha eram países que possuíam mais de 50% do seu território destinado à agricultura, e no Brasil apenas 8%.