Nesta segunda-feira (2), na sua já conhecida conversa informal com jornalistas na saída do Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente, Jair Bolsonaro foi perguntado se a cirurgia de hérnia à qual será submetido não poderia atrapalhar sua viagem para participar da abertura da Assembleia Geral da ONU, no próximo dia 22. Ele disse que participará da Assembleia da ONU "nem que seja de cadeira de rodas" e que pretende falar sobre a Amazônia na ocasião.
O presidente será submetido a uma nova cirurgia no abdome neste domingo (8), dessa vez para corrigir uma hérnia surgida no local em razão da facada que levou durante a campanha presidencial.
A cirurgia deverá ser feita em São Paulo pelo médico Antonio Luiz Macedo, que atendeu o presidente após o atentado há quase 1 ano. Será a quarta cirurgia à qual ele é submetido desde o atentado. Ele deverá permanecer de repouso por 10 dias após a intervenção.
"Eu vou comparecer à ONU nem que seja de cadeira de rodas, de maca, vou comparecer. Porque eu quero falar sobre a Amazônia. Mostrar para o mundo com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam. Ela (Amazônia) foi praticamente vendida para o mundo a pretexto de preservar a Amazônia. Mas na verdade está sendo loteada e vendida", disse.
Neste último domingo (1°), após participar de um culto na Igreja Universal do Reino de Deus, Bolsonaro disse: "eu devo ser submetido a uma cirurgia brevemente.
Mas faz parte da vida da gente. Até foi uma passagem na minha vida. Agradeço a Deus por ela e pela missão que tenho no momento".
Pelo Twitter, ele também brincou: "agora em São Paulo com os doutores Macedo e Leandro. Pelo que tudo indica 'curtirei' uns dez dias com eles em breve".
Crise internacional
Apesar dos esforços do Governo em debelar a crise, a pressão internacional sobre o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia tem gerado constrangimentos para o país.
A questão foi discutida na última reunião do G7 (grupo de 7 países mais industrializados do mundo), gerando uma crise com o governo brasileiro, que teme a relativização de sua soberania sobre a região.
O G7 ofereceu uma ajuda de US$20 milhões para auxiliar no combate aos incêndios, mas o presidente Jair Bolsonaro condicionou a aceitação desses recursos a um pedido de desculpas por parte do presidente francês, Emmanuel Macron, por tê-lo chamado de "mentiroso" e ter dito que a internacionalização da Amazônia deveria ser discutida.
O tema da Amazônia deve ser discutido dentro da ONU e seu secretário-geral, Antônio Guterres, já declarou estar preocupado com a questão.
Nesta semana, várias empresas estrangeiras ameaçaram boicotar produtos brasileiros enquanto a crise na Amazônia não for resolvida.