Na noite desta terça-feira (15), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), polemizou ao xingar manifestantes pró-Bolsonaro que protestavam contra sua gestão em um evento sobre gastronomia, ocorrido na cidade de Taubaté, no interior do estado. Doria chamou os manifestantes de "vagabundos".

"Vai para casa, vagabundo, vai comer a sua mortadela com a sua mãe, seu sem vergonha", disse Doria, referindo-se aos manifestantes que estavam no local com cartazes intitulando o governador de "Pinóquio" e "mentiroso". Apesar do grande burburinho ocorrido, a quantidade de manifestantes se mostrava pequena.

Após, o governador ainda continuou: "vai cobrar do Major Olímpio os seus 'duzentinho' (sic) para vir aqui falar bobagem no microfone. Vai para casa aposentado, vai para casa amigo", referindo-se ao senador pelo PSL de SP.

A relação entre Doria e Bolsonaro mostra ser conflituosa. Na última sexta-feira (11), ambos dividiram palanque ao participar de um evento para a Polícia Militar de São Paulo. Mesmo os políticos estando perto, Doria foi recebido com incessantes vaias, enquanto Bolsonaro foi aplaudido pelo público. Por conta disso, o tucano decidiu dar algumas cutucadas em Bolsonaro durante sua fala. "Aqui, presidente Bolsonaro, tem segurança, tem força, tem determinação e tem comando", ressaltou o governador.

Obras sob impasse

Segundo uma matéria divulgada pelo jornal Estadão, as brigas entre Doria e Bolsonaro vem mostrando causar diversos impasses nas gestões dos governos, criando dificuldades em certos projetos da vontade de governador, mas que, para a sua infelicidade, exigem aval do Governo federal para serem viabilizados.

Dos sete projetos que necessitam da aprovação tanto do Planalto quando do Palácio dos Bandeirantes, cinco Brasília decidiu por estudar mais a fundo antes de dar a autorização que Doria tanto almeja, determinando caminhos diferentes daqueles que o político defendia em sua gestão.

Um dos impasses em São Paulo é a construção de uma ponte ligando as cidades de Santos e Guarujá, uma promessa antiga dos tucanos.

Doria havia pronunciado que obteve acordos para a viabilização da construção, avaliada em R$ 2,9 bilhões, sendo colocado em pauta um contrato com a Ecovia. A empresa mostrou interesse em custear a obra, trocando pedágios para quem quiser cruzar a ponte. Entretanto, a gestão do porto, que é federal, indica planos diferentes para a construção.