Ricardo Coutinho (PSB) está tendo seu nome envolvido na Operação Calvário. Na operação, a Polícia Federal investiga desvios de recursos públicos retirados da área da saúde no estado da Paraíba, onde Coutinho era governador. Além disso, o ex-governador também é uma das 17 pessoas que tiveram mandados de prisão preventiva decretados fora do país. Agora, a Polícia Federal pede que o nome de Ricardo Coutinho seja incluído na lista de difusão da Interpol, mas até o momento o nome do ex-governador ainda não havia sido incluído na lista da entidade.

Segundo informações da Operação Calvário, ao menos R$ 134,2 milhões foram desviados.

Deste valor, cerca de R$ 120 milhões teriam sido repassados a agentes políticos e a campanhas eleitorais realizadas em 2010, 2014 e 2018. Ainda de acordo com as investigações, os valores eram desviados sob fraudes, licitações, concursos públicos, corrupção, financiamento de campanhas, serviços, equipamentos, superfaturamento e medicamentos.

Após o divulgado, a revista Veja tentou contato com Ricardo Coutinho, mas até o momento deste publicado, o ex-governador ainda não havia se pronunciado.

Ex-líder é colaborador da operação

De acordo com informações divulgadas pelo blog Radar, essa ação ainda poderá ter consequências no estado do Rio de Janeiro. Daniel Gomes da Silva, ex-líder do esquema, agora desmontado pelos investigadores, é um dos principais colaboradores nesta fase da operação.

De acordo com o blog, em uma delação homologada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), Daniel Gomes relatou envolvimento com a campanha de Wilson Witzel, atual governador do Rio de Janeiro.

A Polícia Federal ainda afirma que no esquema foi organizado uma rede com prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores, que traziam em seus contratos sobrepreços nos gastos de dois hospitais: o Hospital de Trauma, localizado em Mamanguape (PB), e o Hospital Metropolitano, de Santa Rita (PB).

Além disso, as investigações também descobriram o uso eleitoral dos serviços de saúde, que direcionava os atendimentos e fraudou o concurso de pré-seleção para os funcionários do Hospital Metropolitano de 2018.

A PF diz que para se blindar de qualquer fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, o esquema chegou a pagar diversas vantagens indevidas, se beneficiando, por exemplo, de contratos de “advocacia por êxito” e “advocacia preventiva”.

Desta forma, a organização conseguia “ocultar ou dissimular a natureza, origem, disposição e movimento” de todos os valores desviados.

A Operação Calvário conta com a colaboração de ao menos 350 policiais, além de também contar com o apoio de procuradores da República e de auditores da Controladoria-Geral da União. Também já se sabe que além dos 17 mandados de prisões, que envolvem nomes de deputados, prefeitos e secretários, também já foram expedidos outros 54 mandados de busca e apreensão. Essas buscas serão realizadas em diversos endereços nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás.