Nesta segunda-feira (30), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em entrevista exclusiva ao "Bom Dia Rio", da Rede Globo, disse que as acusações do presidente Jair Bolsonaro de que ele teria interferido nas investigações do Ministério Público sobre o esquema de "Rachadinha da Alerj", na época em que Flávio Bolsonaro era deputado estadual no estado, são "absurdas e levianas".

As acusações do presidente giram em torno de supostas informações sobre as investigações da Polícia Federal referentes ao caso Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, que foram repassadas ao governador pelo juiz Flávio Itabaiana Nicolau, que autorizou a operação.

Isso porque, segundo o presidente, Witzel lhe contou sobre o depoimento do porteiro quando se encontraram num evento que aconteceu no Clube Naval do Rio de Janeiro, informação que não deveria ser de conhecimento do governador naquele momento.

De acordo com o presidente, Witzel tem interferido nas investigações do Ministério Público. Contudo, o governador garante que em nenhum dos cargos que ocupou durante sua história teve tamanha audácia de interferir nas investigações do MP e da Polícia Civil. Para o governador, essas acusações não passam de um momento de "desequilíbrio emocional" do presidente.

Em entrevista, Witzel chegou a afirmar que tais acusações são uma ofensa para o MP e acredita que uma hora a ficha do presidente cairá, e a luz da razão brilhará dando face à realidade que se apresenta.

Teoria da conspiração

O presidente Bolsonaro tem acreditado que uma conspiração está sendo armada pelo governador, que já demonstrou interesse nas eleições 2022.

Bolsonaro também tem desconfiado da falta de ação do Ministro da Justiça, Sergio Moro, nessas questões que envolveram Flávio Bolsonaro, em especial no que diz respeito a busca e apreensão que ocorreu na casa de seu filho e familiares.

De acordo com o presidente, Moro está “muito esquisito” e não está tendo uma “atitude mais firme” diante da Polícia Federal.

As acusações do Ministério Público é de que Flávio Bolsonaro é chefe de organização criminosa que atuava desde 2007 no esquema de “rachadinha” e lavagem de dinheiro envolvendo uma loja de chocolates.