Na última segunda-feira (30), o jornal O Estado de S. Paulo divulgou dados da Lei de Acesso à Informação que apontam que a Presidência da República gastou em média de R$ 8 milhões em viagens dentro e fora do país durante o primeiro ano de mandato do presidente Bolsonaro.

O Governo foi marcado por diversas viagens do presidente junto à sua comitiva de servidores no Planalto. Em uma das viagens ao Oriente Médio e Sudoeste Asiático, foi registrada uma despesa de R$ 1 milhão aos cofres públicos brasileiros.

A Secretaria de Administração da Presidência não detalhou as despesas.

A justificativa da não divulgação das notas fiscais detalhadas dizem respeito a questões de segurança, utilizando ainda como base os governos anteriores que só fazem a divulgação das notas ao final do mandato de 4 anos.

Contudo, as despesas da comitiva incluem, hospedagem, transporte, alimentação e pagamentos de passagens aéreas de todos os envolvidos nos assuntos governamentais. O Estado de S.Paulo recebeu uma lista, na qual informa os valores das despesas em cada Viagem, informando as datas de ida e volta referentes aos meses de janeiro a novembro de 2019.

Os países visitados foram a China, Japão, Catar, Emirados Árabes e outros. O número de servidores que integraram a comitiva do presidente não foi divulgado, mas, segundo o Diário Oficial da União, constava no alto escalão os ministros: Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Segurança Institucional), Tereza Cristina (Agricultura), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Osmar Terra (Cidadania) e Fernando Azevedo (Defesa).

O maior gasto foi na viagem de 19 dias ao Oriente Médio, que custou R$ 1 milhão. De acordo com as informações, foram feitos cálculos que detectaram uma despesa de R$ 53 mil ao dia.

Já na viagem nacional, o governo registrou despesa de R$ 52 mil para a capital amazonense, Manaus, que teve como finalidade a entrega das medalhas Olímpicas Internacionais de Matemática.

Segundo as informações, a maior parte das despesas dizem respeito às viagens nacionais devido à necessidade de deslocamento constante do presidente, o que totalizou uma despesa de R$ 5,7 milhões durante o respectivo período.

Gastos no cartão corporativo do presidente

Em relação ao cartão corporativo do presidente os gastos somaram R$ 1.708 por hora, que equivale R$ 41 mil ao dia, e R$ 14,9 milhões durante o primeiro ano de mandato.

Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter solicitado que o presidente Bolsonaro revele seus gastos, o mesmo preferiu manter-se em sigilo, com base no decreto de 1967.

Contudo, o presidente alegou que se ampara na Lei de Acesso à Informação (LAI). Para ter acesso aos valores registrados basta consultar o Portal da Transparência do Governo Federal.

As informações sobre o cartão corporativo do presidente foram divulgados pelo Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS) em seu Twitter.