Em meio à situação enfrentada pelo Brasil devido à COVID-19, o presidente Jair Bolsonaro e o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, vêm divergindo em diversos aspectos. Bolsonaro já se manifestou contra o isolamento social recomendado por especialistas, afirmando que a medida traria prejuízos incalculáveis à economia. Já Mandetta, segue ressaltando a importância do isolamento a fim de frear a velocidade de propagação do vírus.
De acordo com a revista Veja, em conversa recente, o presidente e o ministro protagonizaram um embate acerca dos melhores meios de enfrentamento da pandemia.
Bolsonaro teria alertado Mandetta e afirmado que se o isolamento total fosse mantido, o Brasil poderia entrar em uma profunda crise econômica. O cargo do ministro da Saúde esteve em xeque nos últimos dias, já que Bolsonaro estaria disposto a demiti-lo da pasta.
Mandetta poderia deixar cargo
Ainda segundo a revista Veja, ao defender suas ideias acerca do anti-isolamento social em prol da economia, Bolsonaro teria confrontado Luiz Henrique Mandetta: "Só toma cuidado com uma coisa. Você vai salvar o pessoal da gripe, mas vai matar o pessoal de fome. Olhe para o que acontece na Venezuela".
Assessores presentes tentaram amenizar o embate, porém, sem sucesso. O Ministro da Saúde esteve por deixar o cargo nos últimos dias.
Bolsonaro chegou a autorizar que o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania e candidato a assumir o posto de Mandetta, conduzisse uma interlocução no Palácio do Planalto junto a uma equipe de médicos.
Osmar Terra chegou a comentar com alguns governadores e empresários que Mandetta poderia ser demitido a qualquer momento.
De acordo com a revista Veja, Bolsonaro já estaria insatisfeito com Mandetta antes do início da pandemia. O subordinado estaria recebendo acusações, sendo uma delas, de que estaria utilizando o cargo para impulsionar interesses pessoais, bem como uma suposta campanha para a prefeitura de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Bolsonaristas atacam Mandetta
Segundo o site UOL, na última segunda-feira (6), ao afirmar que permaneceria no cargo de Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta pediu "paz" para realizar o seu trabalho. Porém, grupos de apoio a Bolsonaro considerados radicais, seguem proferindo ofensas ao ministro através das redes sociais. Na manhã da última terça-feira (7), apoiadores do presidente entoaram o coro "Fora, Mandetta", enquanto Bolsonaro deixava o Alvorada. A estratégia da ala ideológica de apoio a Jair Bolsonaro seria desgastar a imagem de Mandetta, que seria uma ameaça política ao presidente.