Jair Bolsonaro e seu governo já têm o planejamento para recuperar a economia do país após a pandemia do coronavírus. Nesta quarta-feira (22), membros da equipe ministerial lançaram o programa Pró-Brasil, que visa recuperar a economia após a pandemia.
O plano será focado em programas de infraestrutura e de ações do Governo para tentar reaquecer a economia brasileira durante o período pós-pico da Covid-19, como obras e melhoria na capacidade das empresas privadas investirem.
Como é o plano Pró-Brasil
Segundo a apresentação, feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, foi dividido em duas vertentes: as de "ordem e progresso" (o slogan da bandeira brasileira).
Nestes dois pilares, o governo quer direcionar os investimentos e ações governamentais.
Uma das ações é a de investir na conclusão de 70 obras públicas, com o governo gastando uma estimativa de R$ 30 bilhões para concluir tais obras e gerar entre 500 mil e 1 milhão de empregos nas contas do planejamento, exibido em uma série de Power Points.
Na parte denominada 'ordem', o programa tentará criar um ambiente que melhoraria o ambiente de negócios, com 'segurança jurídica', 'investimentos privados' e 'mitigação do impacto socioeconômico' do coronavírus. A parte denominada 'progresso' se refere aos investimentos públicos em obras e em infraestutura.
Segundo Braga Netto, o projeto não seria basicamente para atender a recuperação econômica do Brasil para imediato, mas também um plano de longo prazo, no qual estima que pode ir até 2030.
E manter o desejo do governo de buscar encerrar as diversas quarentenas que vem criticando.
"Ainda seria bem leviano eu levantar aqui estimativas, mas a finalidade desse plano é a de gerar empregos, recuperar a infraestrutura e dar a possibilidade do Brasil recuperar tudo isso temos de perda até agora", disse o ministro-chefe da Casa Civil.
Guedes não esteve na apresentação do governo
Apesar do plano mexer com a parte econômica, nem o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e muito menos qualquer representante do ministério tomou parte na apresentação do 'Pró-Brasil'. O que para muitos poderia significar um conflito de ideias entre Guedes e parte do governo, o que foi negado por Braga Netto.
"O ministro Paulo Guedes esteve na reunião e todos os outros ministros são favoráveis ao plano. Não há problema algum. A economia faz parte do todo. Ela não é o foco do programa, mas faz parte do programa", disse o ministro da Casa Civil.
"É toda essa infraestrutura que foi atingida pelo coronavírus. Todos os ministérios estão envolvidos nisso. Propusemos o programa e foi aceitação unânime", completou o general Braga Netto.
Gastos do governo
Com o investimento público em obras, tal medida pode esbarrar nas concepções de Guedes sobre a economia, que preconiza princípios do liberalismo econômico na administração dos diversos ambientes de negócios e gerenciamento dos gastos do governo.
O governo já sente uma possível pressão para rever o teto de gastos públicos com a criação do Plano Pró-Brasil.
Tarcísio Freitas, ministro da Infraestrutura, afirmou que não buscará 'piruetas fiscais' para que haja dinheiro em caixa para tais investimentos em obras.
O plano prevê que o setor privado participe das obras e dos projetos, embora planos como os projetos de privatização de empresas e órgãos públicos esteja suspenso até, no mínimo, o fim de 2020. Segundo o responsável pelo programa de desestatização, Salim Mattar, clima não existe para que tais vendas sejam feitas, embora Tarcísio Freitas tenha mencionado que privatizações podem fazer parte futuramente do plano Pró-Brasil
"Vamos dar continuidade a coisas que a gente vinha já fazendo, como o programa de concessões", afirmou Freitas. Com as concessões, o governo espera lucrar até cerca de R$ 250 bilhões.