O ex-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) protocolou na Câmara um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"São diversos e recorrentes os atos do Presidente da República que violam e põem em risco a saúde da população brasileira. As atitudes mesquinhas do Denunciado resguardam apenas os interesses escusos do capital, no que se olvida que a fatura da pandemia do COVID-19 não pode ser paga com vidas alheias, em patente desrespeito a direitos individuais e sociais'', diz parte do pedido de impeachment contra o atual chefe do Executivo federal.

A peça também é assinada pelo presidente do PDT, Carlos Lupi.

O documento também acusa Bolsonaro de cometer crime de responsabilidade por ter incentivado atos contra Legislativo e Judiciário no último domingo (19).

Bolsonaro e problemas com outros políticos

Além de Ciro Gomes, o presidente vem enfrentando problemas com outros parlamentares a respeito da sua forma de se posicionar a respeito do novo coronavírus. Recentemente, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) usou suas redes sociais para criticar Bolsonaro, informando que as decisões dele referente a pandemia não são coerentes, tendo em vista que ele quer retomar parte das atividades profissionais e a reabertura de alguns comércios.

Já o ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad (PT) usou o Twitter para disparar contra a forma que Bolsonaro se posiciona sobre a saúde. Para o ex-prefeito, o presidente deveria se preocupar com a saúde dos brasileiros e não com a economia do país que poderá ser prejudicada nesse período de paralisação das atividades profissionais.

O ex-presidente Luiz Lula Inácio da Silva (PT) também deixou seu ponto de vista a respeito de Bolsonaro. Para o petista, o chefe do Executivo não está preparado para assumir tamanha responsabilidade que é a proliferação do novo coronavírus. Lula chegou usar o Twitter informando que Bolsonaro tem tomado atitudes irresponsáveis e que deveria ser punido por parte das mortes dos brasileiros vitimados com o novo coronavírus.

Bolsonaro e descumprimento de quarentena

Além dos problemas envolvendo alguns parlamentares, o presidente vem sendo bastante criticado após descumprir medidas de quarentena impostas pelo Ministério da Saúde. Dias atrás, Bolsonaro participou de alguns movimentos orquestrados por apoiadores. Movimento esse proibido, já que os profissionais da Saúde relatam que as aglomerações são formas mais propícias de proliferação do novo coronavírus.

No último domingo (19), o chefe do Executivo surpreendeu algumas pessoas, onde ele discursou em cima de um carro branco para um grupo de pessoas que pediam a normalização das atividades profissionais no país.

Brasil e coronavírus

O atual ministro da Saúde, Nelson Teich, concedeu uma entrevista hoje (22) dizendo que o Brasil é um dos únicos países a controlar a pandemia.

"O Brasil é um dos países que melhor performa em relação à covid", comentou o ministro.

De acordo com informações cedidas pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou nesse período de quarentena 2.906 mortes e 45.757 casos confirmados.