Sergio Moro, que é ex-juiz e um dos nomes de peso hoje dentro do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não é mais do governo. O agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública deixa o cargo logo depois da exoneração do diretor-geral da PF (Policia Federal), Mauricio Valeixo, nesta última sexta-feira (24). O ex-diretor-geral tinha sido indicado pelo Sergio Moro para o cargo, e foi desligado pelo presidente sem o conhecimento do ministro. Na manhã dessa sexta, Sergio Moro fez uma coletiva para confirmar a sua saída.
Mauricio Valeixo tinha sido escolhido para a direção da Policia Federal pelo próprio Moro e era seu homem de confiança.
Em entrevista ao jornal Gaúcha ZH, Valeixo foi questionado se ele já estava esperando a sua demissão, mas ele se limitou a dizer que isso já era cogitado em todo o ministério. Ele não deu mais detalhes quais são seus planos no futuro logo depois de deixar o cargo de diretor-geral.
Desde 2019, o presidente Jair Bolsonaro vem fazendo varias ameaças em trocar o diretor-geral da Policia Federal porque quer ter o controle político dentro da polícia em sua atuação, principalmente, nos processos que evolvem toda a sua família.
Moro aceitou o desafio de largar uma carreira de juiz federal, onde esteve a frente da Lava Jato e lhe deu a fama de “herói” pela sua conduta, para virar ministro do governo Bolsonaro.
Disse que aceitou o convite do presidente, entre muitas outras coisas, por estar cansado de “tomar bolas nas costas”. Ainda, teve a promessa de que teria uma maior autonomia para formar a sua própria equipe e assim, agir contra a corrupção.
Embate entre Bolsonaro e a Polícia Federal
O embate, que começou com o descontentamento de Bolsonaro com a direção da Policia Federal, foi alimentado nos últimos dias com uma instauração de inquérito para ter uma investigação do ato acontecido no último domingo (19), em Brasília, contra manifestantes que falavam palavras de ordem pedindo a intervenção militar e o retorno do AI-5.
Também, manifestantes pediram o fechamento do congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal). Bolsonaro chegou a fazer um discurso na manifestação.
Segundo informações do Gaúcha ZH, o presidente teria se irritado que ele soube que Mauricio Valeixo destinou uma apuração desse caso na mesma equipe dos agentes e também, dos delegados que atuam no mesmo inquérito que foi aberto no STF para apurar as denúncias de fake News.
A exoneração do diretor-geral é a segunda em apenas 8 dias depois da demissão, no dia 16, do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, por defender em se continuar o distanciamento social como a forma mais eficaz de ter um controle o avanço do Coronavírus no Brasil.