O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) revelou nesta quinta-feira (28), durante sua tradicional live no Facebook, que deseja que um evangélico ocupe uma das vagas no Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos candidatos a alguma das próximas vagas é Augusto Aras, que atualmente é o Procurador-Geral da República.
De acordo com Bolsonaro, há uma vaga para ser aberta no STF já este ano, no mês de novembro, e outra deve ser disponibilizada no ano que vem. Ele afirmou ainda que já tem três nomes para indicar para o Supremo, mas por enquanto preferiu não revelar ainda.
Dentre os três nomes sondados por Bolsonaro, um será de um evangélico, pois ele já assumiu o compromisso de tal indicação em acordo com a bancada evangélica. Embora tenha alegado que o importante é ter conhecimento e desenvolver de forma eficaz o seu papel no cargo, o presidente afirmou que "uma pitada de cristianismo é muito bem-vinda".
Sobre Augusto Aras, Bolsonaro revelou que ele deve ocupar uma terceira vaga no Supremo, porém não informou quando ou de que maneira esta vaga seria disponibilizada.
O presidente informou que conheceu Aras no mês de agosto do ano passado como um candidato a chefe do Ministério Público e acabou gostando dele. Durante seu pronunciamento nesta quinta-feira, ele ainda elogiou o Procurador-Geral da República dizendo que ele está tendo uma "atuação excepcional", principalmente em relação às pautas econômicas.
Bolsonaro diz que não entende ações do STF
Ainda durante a live, o presidente revelou não entender algumas ações tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele citou a ocasião em que o Supremo suspendeu sua indicação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Bolsonaro também falou sobre a autorização da quebra de sigilo que resultou na divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi apontada pelo ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro como uma prova de que Bolsonaro tivesse tentado interferir nas ações da PF.
Em relação ao vídeo, o presidente se declarou feliz em não tê-lo destruído, mas confessou que pediu para que duas partes da reunião não fossem divulgadas no vídeo. O motivo, portanto, seria as falas polêmicas do Ministro da Educação, Abraham Weintraub e da Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Bolsonaro comenta fala de ministros
O vídeo da reunião ministerial que contou com a participação de 25 autoridades no dia 22 de abril de 2020, foi divulgado após decisão do STF. Na gravação, os ministros Abraham Weintraub e Damares Alves causaram bastante polêmica por suas falas.
Weintraub chamou os ministros do STF de "vagabundos" e revelou que por ele os colocava na cadeia. Já Damares falou que os ministros vão pedir a prisão de prefeitos e governadores.
Sobre as falas dos ministros, Bolsonaro revelou que Weintraub jamais diria aquilo em um ambiente ou reunião aberta, porém aquela ocasião era reservada. Já sobre Damares, ele disse que ela se demonstrou indignada com a prisão de pessoas nas praias e praças, e quando falou em prender prefeitos e governadores, na verdade, quis dizer entrar com ação na Justiça.
Bolsonaro e possível manipulação da PF
Após sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública no mês passado, o ex-juiz Serio Moro fez declarações polêmicas sobre o presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, Moro informou que Bolsonaro pretendia ter acesso às informações privilegiadas da Polícia Federal e apontou fraude no Diário Oficial da União sobre a demissão de Maurício Valeixo, que era chefe da PF.