Nesta terça-feira (26), a Polícia Federal cumpriu doze mandados de busca e apreensão, e o presidente Jair Messias Bolsonaro parabenizou.
Ele comentou sobre o caso na saída do Palácio da Alvorada, durante rápida declaração a jornalistas e apoiadores do governo. Um apoiador fez um comentário em que dizia que a coisa estaria “preta” no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro. Logo após ouvir o comentário, o presidente riu e apontou para sua máscara preta que utilizava no momento. Lembrando que o presidente tem criticado duramente o governador Wilson Witzel, que foi seu aliado durante a campanha de 2018.
Em reunião ministerial ocorrida no último dia 22 de abril, Bolsonaro chamou Witzel de "estrume".
Também perguntaram a Bolsonaro a respeito da operação, e o presidente a elogiou: "parabéns à Polícia Federal. Fiquei sabendo agora pela mídia. Parabéns à Polícia Federal".
Logo em seguida questionaram ao presidente se a deputada federal Carla Zambelli, do PSL, soube com antecedência sobre a Operação Placebo, ao que Bolsonaro respondeu: "pergunta para ela".
O motivo da pergunta foi pelo fato de a deputada, em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (25), dizer que a PF estava prestes a deflagrar operações para investigar supostos desvios na área de saúde nos estados.
Polícia Federal revista casa de Wilson Witzel
A Polícia Federal recentemente começou a operação, 12 mandados de busca e apreensão foram feitos no Rio de Janeiro e São Paulo.
Um dos doze mandatos foi feito no Palácio das Laranjeiras, e outro na casa do governador Wilson Witzel.
Dessa maneira, o governador e sua esposa, Helena, foram alvos de mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro Benedito Gonçalves, que atua no Superior Tribunal de Justiça.
Após o acontecimento, Witzel negou toda e qualquer participação em esquemas de fraudes na saúde do Rio de Janeiro, afirmando estar “devidamente oficializada” a interferência do presidente na Polícia Federal, em virtude de investigarem sua casa.
Polícia Federal e a Operação Placebo
A Operação Placebo não só averígua supostos desvios de verbas, que deveriam ser usadas no coronavírus, como também busca um possível esquema de corrupção, que envolve uma organização social que foi contratada para instalação de hospitais de campanha por conta da pandemia.
Também busca servidores que fazem a gestão do sistema de saúde no Rio de Janeiro, de acordo com a Polícia Federal.
O caso entre Bolsonaro e a Polícia Federal
Há uma grande polêmica sobre o presidente supostamente interferir na PF. Tudo começou com o ex-ministro Sergio Moro, que deixou a pasta da Justiça e Segurança Pública no dia 24 de abril, ao acusar Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.
Moro afirmou não ter assinado a exoneração de Maurício Valeixo, que saiu no Diário Oficial no próprio dia 24. O ex-ministro logo após indicou outra suposta prova: o vídeo da reunião interministerial do dia 22 de abril.
Na reunião, Bolsonaro diz, enquanto olha para Moro: "Vai trocar!
Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira".
De acordo com Sergio Moro, esse trecho já exemplifica a intenção do presidente em interferir na PF.
Em seguida, a PF trocou o superintendente da corporação no Rio de Janeiro, estado onde o presidente e parte da família têm residência.