Na última terça-feira (19), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a destacar que, para ele, a presença do novo coronavírus no Brasil teve um papel importante: mostrar para os cidadãos do país a importância da presença do Estado na sociedade.
De acordo com informações do site G1, as afirmações do ex-presidente foram feitas durante uma entrevista concedida ao jornalista Mino Carta, da revista Carta Capital. A entrevista em questão foi realizada por meio de uma chamada de vídeo.
Ainda durante essa conversa com Carta, Lula chegou a destacar que o preconceito que se percebe no Brasil está presente na “medula da elite” do país, que foi caracterizada por ele de forma pouco generosa como raivosa e grosseira.
Ao explicar a sua visão sobre isso, o ex-presidente da República destacou que ela se deve ao fato de que a elite brasileira está contrariando os direitos de trabalhadores, como domésticas e jardineiros, de permanecerem em quarentena durante a pandemia.
Também durante a sua entrevista à Carta Capital, Lula comentou a respeito de como ele vê os discursos da elite do Brasil durante essa situação e o que ele pensa a partir de tudo isso. Na ocasião, ele ainda citou que esse mesmo grupo afirma que tudo o que é estatal deveria ser vendido, visto que “o público não presta”, e destacou que o coronavírus de certa forma veio para mostrar para as pessoas que somente o Estado é capaz de solucionar alguns tipos de crise.
Se mostra válido destacar que para corroborar o seu ponto de vista sobre a questão, Lula chegou a citar Franklin Roosevelt, que foi presidente dos Estados Unidos no contexto da Segunda Guerra Mundial.
Ao falar sobre Roosevelt, Lula afirmou que ele não estava preocupado com o orçamento do país nessa ocasião ou com uma possível falência do Tesouro, visto que a sua necessidade primeira era o armamento para que os Estados Unidos pudessem sair vitoriosos da guerra.
Devido ao fato de que, para o ex-presidente, a guerra enfrentada pelo Brasil atualmente é contra o novo coronavírus, o governo do presidente Jair Bolsonaro deveria estar fazendo algo semelhante, mas não foi capaz de cumprir sequer a promessa de entregar o auxílio emergencial de R$ 600 a todas as pessoas que solicitaram e têm direito a receber o benefício segundo as regras impostas.
Números do coronavírus alarmantes
De acordo com informações do Ministério da Saúde, veiculadas ainda na última terça-feira, o Brasil chegou a registrar 17.971 mortes por Covid-19 até o período da tarde. Além disso, 271.628 casos foram confirmados em todo o território nacional. Novamente, o país quebrou recordes de óbitos em um mesmo dia e chegou ao número de 1.179 mortes, ultrapassando a marca dos mil pela primeira vez desde o início da pandemia.