Carlos Alberto Decotelli foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir o ex-ministro Abraham Weintraub no Ministério da Educação.

A cerimônia de posse aconteceria nesta quarta-feira (30), às 16h, no Planalto. Contudo, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, a posse foi adiada.

Denúncias

Carlos Alberto Decotelli recebeu denúncias sobre seu mestrado e doutorado assim que foi anunciado pelo presidente como novo ministro da educação.

O currículo, divulgado pelo Governo de Jair Bolsonaro, informava que Decotelli teria doutorado, o que foi desmentido pela imprensa.

Franco Bartolacci, reitor da Universidade de Rosário, na Argentina, se manifestou na semana passada sobre as denúncias confirmando que a instituição não reconhecia o título de doutorado informado pelo novo ministro. De acordo com a instituição, Decotelli cursou o doutorado, mas não o concluiu.

Além da polêmica gerada em torno do doutorado, existe uma suspeita de plágio por parte de Decotelli em sua dissertação de mestrado. Segundo informações publicadas pelo UOL, quatro trechos de outras dissertações teriam sido copiadas em seu trabalho de mestrado, apresentado no ano de 2008.

Inicialmente, o novo ministro negou as acusações, chegando a mostrar seus certificados de conclusão de matérias. Após a grande repercussão, Decotelli admitiu neste fim de semana através de uma carta, que sua tese não teve defesa autorizada e assim a retirou do currículo.

O economista também afirmou que vai revisar seu trabalho de mestrado.

Em seu currículo postado por Jair Bolsonaro nas redes sociais, constava também o título de pós-doutorado. Entretanto, a assessoria de imprensa da Universidade de Wuppertal informou nesta segunda-feira (29) que Decotelli não concluiu o curso na instituição.

Reflexo no Governo

Depois das várias denúncias acerca do currículo de Decotelli, confirmadas através da imprensa e das próprias instituições mencionadas no mesmo, o governo de Jair Bolsonaro terá que decidir se mantém a indicação do novo ministro ou não. Essa seria a principal razão do adiamento da posse.

Decotelli foi indicado por um grupo de Militares que se diz constrangido pela situação, o grupo alega não ter conhecimento dos problemas acadêmicos de Decotelli, sendo surpreendidos pelas denúncias.

Os professores da Fundação Getúlio Vargas, que inicialmente apoiaram a indicação de Decotelli, também ficaram surpresos com os anunciados, deixando de apoiar o economista. Grupos de oposição tentam anular o cargo de Decotelli antes mesmo de sua posse.

A indicação de Decotelli acabou se tornando mais uma crise entre tantas enfrentadas pelo governo de Jair Bolsonaro. A credibilidade do ministro caiu por terra antes mesmo de sua posse. Ser desmentido por duas instituições educacionais estrangeiras, bem como apresentar um currículo falso, pode pesar e muito no governo.

A comissão de Educação da Câmara, havia convidado o ministro para participar de uma reunião nesta quinta-feira (1º), devido às acusações e incertezas que rondam Decotelli, sua participação está sendo reavaliada.