O senador do PSDB Tasso Jereissati concedeu uma entrevista para o UOL nesta quinta-feira (2). De acordo com o senador que se posiciona contra um processo de impeachment neste momento, Bolsonaro está sendo salvo dos processos contra ele pela pandemia do novo coronavírus.

Tasso defende que o momento não permite um processo de impeachment. De acordo com o senador, estamos vivendo uma crise de Saúde, sanitária e econômica que aliada a uma crise política poderia gerar um grande caos.

A crise na saúde devido à pandemia já é muito grave, os números de desempregados no país é enorme.

O Brasil vive uma recessão sem precedentes. Os municípios e estados Brasileiros estão quebrados, assim como a União. Se juntarmos tudo isso a uma crise política, alcançaríamos uma terrível tempestade, declara.

Críticas

O senador realizou diversas críticas ao Governo de Jair Bolsonaro, alegando ser o mais desastroso que ele já viu. A gestão de Abraham Weintraub, ex-ministro da educação exonerado do cargo no mês passado, também foi criticada pelo senador.

Sobre a retomada da economia, Tasso cobrou o ministro Paulo Guedes afirmando que precisa existir um plano de retomada para o período pós-pandemia.

Tasso Jereissati que sempre foi um crítico do centrão no governo, acabou elogiando o atual presidente pela aproximação com os mesmos.

O governo que segundo Tasso está uma desordem, acaba ganhando mais estabilidade e direcionamento com o centrão.

Pequenas empresas

De acordo com o senador as pequenas empresas do Brasil são responsáveis pelo maior número de empregos, e o governo teria falhado com a classe durante este período de pandemia. Os créditos necessários não teriam atingido essa classe, afetando diretamente na sobrevivência das micro-empresas.

Tasso chegou a mencionar os Estados Unidos, onde uma linha ampla de crédito foi repassada aos pequenos empresários. O governo de Donald Trump ainda assumirá a dívida de quem não conseguir pagar, desde que estes mantenham 70% do quadro de funcionários e colaboradores.

Em contrapartida, no Brasil, os bancos fogem de pequenas empresas que são analisadas como grande risco, e as instituições privadas não têm intensão nenhuma de encarar o risco.

Saneamento básico

Segundo o senador, o projeto de lei aprovado no senado vai beneficiar cidades pobres que não têm acesso ao saneamento básico, e alega que municípios mais pobres que não têm esse serviço não serão prejudicados de forma alguma, pois eles já vivem no prejuízo.

Com o projeto que depende da sanção de Bolsonaro para virar lei, as empresas que atendem as grandes cidades terão que atender também os lugares abandonados do Brasil, incluindo as periferias e cidades de interior.

Baseado nessas alegações, Tasso defende que o projeto de saneamento não é uma privatização e sim de universalização.