O sargento Diego Sodré de Castro Ambrósio está sendo tratado como suspeito em um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj.

Em declaração ao jornal O Globo, o policial disse que após pagar um boleto de R$ 16,5 mil para a mulher do senador foi ressarcido por Flávio “em dinheiro”.

Investigação do MPF

De acordo com o que foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF), o policial em questão movimentou quantias em dinheiro que foram incompatíveis com a renda que é apresentada por ele.

Os dados estão sendo apontados através de uma investigação que foi aberta de acordo com um relatório criado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) quanto às transações financeiras que estavam sendo feitas pelo militar, suspeito de ter feito parte do suposto esquema do filho do presidente brasileiro.

Durante o depoimento que foi dado por Ambrósio, ele declarou que seu extrato no dia que foi feito o pagamento do boleto para a esposa de Flávio apontava que ele estava em dívida com o banco em um valor de R$ 5 mil e estava em seu limite.

Ele conta ainda que, ao pagar o boleto, que foi apontado no valor de R$ 16, 5 mil, passou a dever R$ 21 mil. O militar ainda se justificou a respeito da forma como foi ressarcido do valor, falando que tirou da conta de sua empresa e colocou o valor em questão em sua conta pessoal.

O militar ainda garante que é possível ver o que está sendo dito por ele, que no dia seguinte ele fez a transferência no valor de R$ 21 mil da conta de sua empresa para a conta pessoal dele e que, logo, foi zerado.

Sodré ainda aponta que esta foi a única forma que ele viu para resolver a situação e que ele havia recebido o valor todo em dinheiro vindo de Flávio Bolsonaro. O empresário ainda declarou que o episódio aconteceu durante um churrasco.

O policial, porém, alegou que não se lembra se o valor foi todo pago de uma vez só, ou se foi pago em parcelas.

Sodré ainda declarou que considera que o valor R$ 16,5 mil é algo que ele consegue carregar no bolso.

No depoimento, o policial deixou claro que não tem como lembrar a respeito da forma como foi pago o dinheiro por Flávio. Diante disso, ele declarou que o dinheiro em questão era apenas R$ 16 mil e não R$ 1,6 milhão, e que este tipo de dinheiro pode ser carregado facilmente no bolso.

De acordo com o que foi exposto pelo O Globo nesta última terça-feira (16), o MPF conseguiu encontrar fortes indícios da prática de lavagem de dinheiro envolvendo Flávio Bolsonaro.