A ativista Sara Winter disse que foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento na quarta-feira (3) sobre a ameaça de “infernizar” a vida do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e também sobre o inquérito que investiga sua participação em um suposto esquema de fake news. Ela afirmou que não comparecerá.
Daqui não saio
Sara Fernanda Giromini, seu nome verdadeiro, afirmou em sua conta no Twitter que a PF havia acabado de sair de sua casa. Ela ainda acusou a corporação de entrar em sua residência de forma ilegal e disse que os policiais federais não se identificaram quando lhe entregaram a intimação para que ela prestasse depoimento.
A ativista perguntou de forma retórica se a PF iria lhe prender, lhe tratar como “bandido”.
Na noite do último sábado (30), os “300 pelo Brasil”, o grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é liderado pela ativista, protestou em frente à sede do STF, em Brasília. Algumas pessoas do grupo estavam usando máscaras de personagens de filmes de terror para cobrirem o rosto e ainda carregavam tochas acesas.
O grupo ainda carregava uma faixa em que estava escrito “300” e estavam gritando palavras de ordem em frente ao STF contra o Poder Judiciário e especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito das fake news.
O protesto do grupo aconteceu após a ativista e empresários ligados a Jair Bolsonaro terem sido alvos de mandados de busca e apreensão na investigação que apura agressões, ameaças e fake news contra os ministros do Supremo e seus familiares.
Depois da operação ocorrida na última quarta-feira (27), Sara Winter publicou em suas redes sociais vídeo no qual ofendia Alexandre de Moraes e demais ministros da Corte. Ela chegou a desafiar o ministro do STF a trocar socos com ela.
Moraes encaminhou o vídeo ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que por sua vez, o enviou ao Ministério Público Federal do DF.
Agora o caso está sob os cuidados do procurador Frederick Lustosa de Melo, que está sendo pressionado por seus colegas a pedir logo à Justiça Federal a imposição de medidas cautelares contra Sara Winter.
Enquanto a situação da ativista está indefinida na Justiça, as bravatas de Winter já lhe trouxeram algumas revezes. Sua filiação ao DEM foi cancelada pela direção do partido político nesta terça-feira (2).
Ela estava filiada ao DEM desde abril de 2018.
Segundo nota oficial, ela descumpriu deveres éticos que estão previstos no estatuto do partido. A nota, assinada pelo presidente do partido, ACM Neto, ainda ressaltou que o DEM repudia qualquer tipo de ato violento ou que atente contra a democracia e as instituições do país.