Conforme foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, enquanto brasileiros cortam gastos e perdem postos de trabalho, cada um dos senadores e deputados recebeu R$ 50 mil brutos. A divulgação da folha de pagamento de junho dos parlamentares revela que a remuneração mensal e a antecipação de metade da gratificação natalina não sofreu reajuste ou corte.

A gratificação natalina é paga todos os anos pelo Congresso Nacional e, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, nenhum dos benefícios dos parlamentares foi cortado. Apesar disso, 9,3 milhões de trabalhadores brasileiros da iniciativa privada tiveram salários suspensos ou reduzidos em até 75%.

Além do salário mensal, os parlamentares têm a verba mensal de gabinete, de R$ 111 mil, e os valores repassados para alimentação e transporte que varia entre R$ 30,7 a 45,6 mil. A variação, vale destacar, depende do estado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a manifestar ser favorável a uma negociação de redução de salário, no entanto, recuou após o ministro da Economia, Paulo Guedes, se mostrar contrário à redução de salários dentro do serviço público.

Brasileiros desempregados

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última semana de junho, 675 mil brasileiros ficaram desempregados. Na comparação com o mês anterior, houve uma alta de 26% de desocupados.

Com a flexibilização do isolamento social, os trabalhadores brasileiros foram em busca de vagas de trabalho. Segundo a Pnad, 12,4 milhões de brasileiros procuram uma vaga de trabalho no final de junho, com isso houve uma aceleração da taxa semanal de desemprego de 12,3% para 13,1%, maior número desde maio, quando iniciou a pesquisa.

Desemprego entre os brasileiros deve aumentar

Especialistas alertam que a alta do desemprego deve aumentar nas próximas semanas. Por conta da pandemia, com todos em casa, não era possível ainda perceber a taxa de desocupação. Entretanto, com a flexibilização e a taxa de isolamento caindo diariamente, os números foram aparecendo.

Enquanto alguns já estavam desempregados antes da pandemia, outros perderam trabalho durante o isolamento. E com a retomada da economia cresce o número de desempregados.

Pelo baixo dinamismo da economia, estes desempregados em busca de postos de trabalho encontraram dificuldade de achar uma vaga, pois o mercado fica pressionado.

Outros fatores vão contribuir com a aceleração do desemprego, conforme explicou Luciano Rostagno, economista-chefe do Banco Mizuho, em entrevista ao site Pequenas Empresas Grandes Negócios. A diminuição do isolamento social [VIDEO] e o fim do auxílio emergencial e do seguro desemprego farão com que haja uma alta nos índices de desemprego nos próximos meses.

Desocupação

As projeções indicam que o desemprego só deve atingir seu pico no trimestre encerrado em setembro, quando os números alcançarem 14,5%, tudo isso provocado pelo fim de auxílio emergencial, do seguro desemprego e a quebra de empresas que sofreram diretamente com pandemia.

Entre julho e setembro de 2020, 15 milhões de brasileiros devem ficar sem trabalho, englobando tanto trabalhadores formais como informais.

No mesmo momento em que a economia e o desemprego apresentam números nada animadores, o Brasil ainda vive o pesadelo chamado coronavírus. Foram contabilizados, nas últimas 24 horas, 718 novas mortes por Covid-19 nesta segunda-feira (20), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa.