Nesta sexta-feira (24), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DE-RJ), se manifestou a respeito dos mais de 48 pedidos de impeachment contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmando que este não é o momento ideal para discutir os pedidos, devido à crise mundial causada pela covid-19.
Rodrigo Maia declarou que só o fará se tiver plena convicção de que o presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade e, mesmo assim, apenas após o surto da nova pandemia de coronavírus se estabilizar.
Entrevista
Rodrigo Maia concedeu uma entrevista à rádio Eldorado, de São Paulo.
Durante a entrevista, ele afirmou que tomar uma decisão neste momento ocasionaria um enfrentamento dentro do Congresso Nacional e no Brasil, e que na situação atual isso seria um grande problema, e que esse não é realmente o melhor momento.
O presidente da Câmara afirma que não vê espaço para esse assunto durante a pandemia de coronavírus, assim como não existem atualmente condições para efetuar um deferimento.
Pedidos de impeachment
O presidente Jair Bolsonaro acumula ao todo 48 pedidos de impeachment realizados por diversos órgãos e também por pessoas civis, além dos pedidos de impeachment existem diversas solicitações de afastamento do presidente do cargo.
Mesmo com uma quantidade grande de pedidos, independentemente das razões expostas pelos solicitantes, cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a decisão de dar seguimento ou não aos pedidos.
No caso de aprovação por Rodrigo Maia, o processo seria encaminhado para uma comissão especial criada no plenário, que ficaria responsável por analisar o pedido e decidir se aprovaria ou rejeitaria. Se a solicitação fosse aprovada na Câmara, o processo seria então encaminhado ao Senado para votação.
Dos 48 pedidos de impeachment recebidos na casa contra o presidente Jair Bolsonaro, 42 deles foram apresentados só neste ano de 2020.
O mais antigo deles está na mesa de Maia há mais de 450 dias. O primeiro pedido feito contra Jair Bolsonaro ocorreu 19 dias após ele assumir a presidência da República.
Ao todo, 707 pessoas e diferentes instituições assinaram os pedidos até este mês de julho. De todos os pedidos recebidos pela casa, Rodrigo Maia arquivou apenas um até o momento.
Somados os pedidos retirados pelos autores, incluindo aditamentos e pedido rejeitado, já foram encaminhadas à Câmara 52 solicitações de abertura de processo.
No montante há também 32 pedidos feitos por pessoas comuns, como a brasiliense Neide Lamar que, indignada com o fato do presidente quebrar o isolamento social decretado na sua cidade, foi até o Congresso duas vezes acompanhada do irmão e da mãe.