O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta última quinta-feira (30) que as contas de 16 liados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, investigados por suposta disseminação de fake news, sejam bloqueadas em redes sociais também no exterior

Há alguns dias, os perfis haviam sido bloqueados apenas no Brasil. Os perfis bloqueados estão sendo investigados em inquérito que apura supostas publicações falsas contra partidos e ministros do STF.

A decisão foi feita após os donos das contas fazerem mudanças nas configurações de localidade e conseguirem acessar e continuar fazendo postagens.

Alguns dos perfis que seguem bloqueados são de Sara Winter, Allan dos Santos, Luciano Hang, Roberto Jefferson e Edgard Corona.

Nota emitida pelo Twitter

O Twitter publicou uma nota contestando a decisão do ministro sobre as suspensões das contas na rede social. "Embora não caiba ao Twitter defender a legalidade do conteúdo postado ou a conduta das pessoas impactadas pela referida ordem, a empresa considera a determinação desproporcional sob a ótica do regime de liberdade de expressão vigente no Brasil e, por isso, irá recorrer da decisão de bloqueio”, informou nota do Twitter.

Críticas à decisão de Bolsonaro

Após a Advocacia-Geral da União (AGU) entrar com um pedido de revogação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as contas bolsonaristas que foram suspensas, alguns membros da Corte criticaram a atitude por parte da instituição.

Um dos ministros chegou a dizer que não conseguiu entender qual foi a motivação da instituição para tal ação, pois a AGU não tinha motivos suficientes para fazer o pedido. Outros ministros disseram que o ato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em acionar a AGU foi uma manifestação de apoio aos seus eleitores mais radicais, passando o recado de que eles não estão só, pois o presidente os apoia.

Alguns ministros também disseram que Bolsonaro agiu corretamente e acrescentou que alguns ministros foram consultados antes que o presidente acionasse a AGU para saber qual seria a opinião. Os ministros disseram também que Bolsonaro mudou sua postura em relação aos ataques ao STF nas redes sociais, após escolher o lado jurídico.

Um dos assessores do presidente falou sobre o assunto e disse que foi um erro por parte do Governo usar a AGU para tentar revogar a suspensão. Alguns líderes parlamentares também acharam que foi um erro a atitude de Bolsonaro.

Um parlamentar chegou a dizer que a suspensão deve sim ser contestada pelos atingidos com a decisão e a acham que foi um engano por parte da Corte ter deferido a ordem, mas que isso não tem nada a ver com a instituição (AGU).