Nesta segunda-feira (17), Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, concedeu uma entrevista à TV Tropical, do Rio Grande do Norte, onde declarou que analisará todos os pedidos de impeachment realizados contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no momento adequado. Rodrigo Maia reafirmou que o combate à pandemia do novo coronavírus é neste momento prioridade total.
Mudança de discurso
Apesar de a declaração de Rodrigo Maia manter a justificativa inicial de que o momento é delicado devido às consequências causadas pela pandemia da covid-19, pode-se observar uma mudança no discurso, quando ele confirma que vai realizar as análises, quando até então frisava que não eram vistos crimes de responsabilidade realizados por Bolsonaro.
Ainda de acordo com Maia, os pedidos devem ser avaliados com todo o cuidado possível para que isto não cause uma crise institucional no país.
Impeachment
Os pedidos de impeachment contra Bolsonaro estão se acumulando a cada dia que passa, e já ultrapassam 50. Desta vez o presidente da Câmara deixa claro que no momento ideal irá sim encarar de frente mais esse tema, decidir sobre o andamento, ler e analisar com bastante cuidado para que a decisão seja a mais correta possível. Porém, durante a entrevista, o tema pandemia ainda foi destacado diversas vezes por ele.
Decisão
Cabe ao presidente da Câmara, neste caso Rodrigo Maia, tomar a decisão de acatar ou não os pedidos da abertura do processo. Porém, mesmo que Maia aceite as solicitações, existe um processo longo pela frente.
Em caso de aceitação, uma comissão de deputados deve avaliar o requerimento, e após este processo, emitir o parecer sobre suas decisões, abrindo o processo de impeachment contra Bolsonaro ou rejeitando e arquivando. Após estes passos, em caso de aceitação, o parecer segue para mais uma avaliação que deve ser submetida ao plenário da Câmara.
O processo segue exatamente da mesma forma que realizado com a ex-presidente do Brasil, Dilma Roussef, do PT (Partido dos trabalhadores).
Pedidos contra Jair Bolsonaro
No total, 1.457 pessoas e organizações assinaram pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro até meados deste mês de agosto. Dos 50 pedidos enviados ao presidente da Câmara dos Deputados e recebidos pela casa, apenas um deles foi arquivado até o momento.
No total, incluindo os aditamentos e pedidos rejeitados ou retirados pelos autores, somam-se 53.
Jair Bolsonaro supera a ex-presidente Dilma Roussef em pedidos de impeachment em um comparativo correspondente ao tempo de Governo atribuído a Bolsonaro.
O último pedido realizado foi da Coalizão Negra, protocolado na capital Brasileira, contando com diversas instituições que acusam Jair Bolsonaro de genocídio contra a população negra.