Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara Winter, ativista e militante de extrema-direita, usou suas redes sociais para expor o nome da menina de apenas 10 anos, brutalmente abusada pelo tio, assim como o endereço do hospital onde a vítima está internada para a realização legal de um aborto.

O Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, no estado do Espirito Santo, onde a família reside, recusou a realização do procedimento, alegando que eles não tinham preparo e estrutura suficientes, devido ao tempo de gestação da menina. Com a ordem judicial em mãos, a família buscou apoio em outro estado.

Publicação

Em sua postagem, Sara Winter destacou o endereço do hospital e expôs o primeiro nome da criança, chamando o médico responsável por realizar o procedimento de "aborteiro". Sara ainda pediu que seus seguidores pusessem os joelhos ao chão e entrassem em oração.

A ativista já foi presa pela Polícia Federal durante o mês de junho por participar ativamente de atos considerados antidemocráticos, por pedirem o fechamento do STF e do Congresso.

Sara também participou por um tempo do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, liderado pela ministra Damares Alves.

Legislação

A interrupção de gestações que sejam fruto de abuso sexual, que botem em risco a vida da gestante e em casos de anencefalia, é amparada pela lei e deve ser realizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Este amparo da lei foi o que levou o juiz a tomar a decisão, sem maiores complicações.

O Tribunal de Justiça do estado chegou a informar ao portal UOL que o futuro desta criança não seria definido por questões morais e religiosas.

O juiz responsável pela autorização relatou à mídia que só de falar em seguir a gestação, a criança gritava desesperadamente, e dizia o tempo todo que não queria isso, além de estar nitidamente em extremo sofrimento.

A avó da garota a acompanhou o tempo todo e declarou ao magistrado que respeitaria e apoiaria qualquer decisão que a neta tomasse.

Repercussão

O assunto acabou virando um dos temas mais debatidos no Twitter neste fim de domingo. A publicação de Sara, que conta com mais de 43 mil seguidores, resultou em apenas 900 curtidas.

Sara foi bastante criticada e muitas pessoas julgaram seu ato como extrema maldade, principalmente por expor a criança desta forma.

Além disso, a ativista foi acusada de querer se promover em cima de uma situação extremamente triste e difícil, de se dizer defensora da vida e agir desta forma provando que defende até certo ponto, e outras pessoas questionaram porque ela não divulgou o nome do tio suspeito de abusar a criança, ao invés da identidade da menina inocente.