O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve com o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), em uma formatura de sargentos da Marinha, realizada na zona norte do Rio de Janeiro. Além do prefeito, o novo governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Costa, também esteve presente no evento.
Crivella foi alvo de uma operação que investiga um suposto esquema de corrupção na prefeitura do Rio no mesmo dia em que esteve no evento com Jair Bolsonaro. O governador seguirá para Brasília assim que o evento for encerrado no intuito de prestigiar o ministro Luíz Fux em sua posse como novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).
Discurso
Durante o evento, Jair Bolsonaro realizou um discurso pequeno, com cerca de três minutos, onde declarou que estava muito feliz em prestigiar a cerimônia de formatura em uma terra maravilhosa que é o Rio de Janeiro. Em seguida ele acenou para os militares presentes.
Enquanto discursava no evento, ao lado de fora acontecia um protesto realizado por reservistas que chamavam Jair Bolsonaro de traidor.
O mandatário afirmou ainda que os integrantes das Forças Armadas estão seguindo no caminho certo, que eles são os grandes e verdadeiros guardiões da democracia brasileira e que farão de tudo pela nossa liberdade.
Manifestação
A manifestação pacífica foi realizada na frente do Centro de Instrução Almirante Alexandrino e contou com mais ou menos trinta participantes.
Entre os manifestantes estavam integrantes da reserva, oficiais reformados e pensionistas que carregavam faixas contra a lei que altera a previdência dos militares, enquanto gritavam "Bolsonaro traidor".
Segundo o grupo, a lei 13.954/19 atinge apenas a base militar, que teve seus rendimentos reduzidos, enquanto generais se beneficiaram de um aumento em seus vencimentos.
Zacarias Vieira, um dos que participaram do protesto, afirmou ainda que com a mudança na Previdência, pensionistas que não pagavam tributos agora têm 10,5% tributados, e no próximo ano ainda terão um ajuste de 1% no valor. Os reservistas que pagavam 7,5% agora têm que pagar 10,5%, enquanto os generais receberam um aumento salarial de 60%.
Cibele Lima
Uma das manifestantes, Cibele Lima, que é mãe e esposa de militar, afirmou que embora a população pense que a classe tem uma vida econômica muito boa, eles não têm direito nem a hospitais e indaga que os generais sim têm uma boa vida, pois receberam quase 100% de reajuste salarial.
Sobre o título de traidor, Cibele diz que o presidente Jair Bolsonaro viveu por 27 anos a custa das tropas militares, e que quando tentava fazer politicagem dentro dos quartéis ele era proibido, e os graduados eram quem o segurava. E agora ele virou as costas para a classe, e a sensação que o grupo descreve é de uma apunhalada nas costas. "Essa lei sangra", afirmou.