A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber permitiu que fosse aberto um inquérito contra o senador Romário (Podemos-RJ) e também contra a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), além outros parlamentares que são suspeitos de irregularidades com a verba que é destinada com as atividades no Congresso. Weber atendeu ao pedido do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, para a investigação dos parlamentares.
Segundo Medeiros, os parlamentares fariam parte de um forte esquema de falsidade ideológica, associação ao crime e também de lavagem de dinheiro.
O caso também envolve a contratação de uma empresa de propaganda chamada Atos Dois Propaganda e Publicidade Ltda e Xeque Mate Comunicação e Estratégia.
Ainda, segundo a Procuradoria-Geral, esse esquema usava dessas empresas como fachada e também como empresas testas de ferro, assim, tendo como sócios pessoas com uma vida simples.
Essas empresas teriam prestado supostos serviços aos parlamentares em um período do mês de janeiro de 2014 até o mês de junho de 2018 e, assim, emitindo notas fiscais com indícios de inconsistências e mostram que foram usadas dentro da utilização de uma cota dentro do parlamento.
A ministra da suprema corte disse que, dentro da sua decisão, existe nos vários relatórios dessa investigação muitos documentos e também vários áudios que foram pegos em várias ações de busca e apreensão, em ação de quebra de sigilo telefônico e também bancário e fiscal.
E, dentro desse material todo, haveria forte esquema de falsidade ideológica, ato de lavagem de dinheiro e associação criminosa, como relatado pelo vice-procurador.
Weber decidiu também fazer um envio para a Justiça Federal do Distrito Federal um pedido para que sejam investigados outros 19 ex-deputados que estão, entre eles, o senador Márcio Bittar (MDB-AC).
Isso porque a ministra entendeu que os atos de Bittar não envolvem o mandato de Senador e sim as suas atividades dentro da Câmara.
Defesa dos envolvidos
Informa o senador Romário, por meio de uma nota, que contratou essa empresa entre o mês de janeiro do ano de 2014 até o mês de dezembro do ano de 2018 e que pagou, nesse período, R$ 82 mil pelos serviços.
Também disse que todas as notas fiscais foram mostradas, tanto para o parlamento, quanto ao Senado e logo depois foram aprovadas nas prestações de contas.
Já a parlamentar Benedita da Silva disse que recebeu a decisão com bastante surpresa e indignação. Em uma nota, falou que só teve conhecimento pela mídia da abertura do inquérito, sem ter sido notificada e nem ouvida e muito menos questionada sobre o caso investigado.
Disse, por fim, que desconhece inteiramente as informações que ali estão e das pessoas ou empresas envolvidas, afirmando não qualquer relação consigo.