Nesta sexta-feira (28), o famoso jornal americano The New York Times publicou uma matéria onde explica como as investigações do esquema de rachadinhas, que foi supostamente praticado no gabinete do filho do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), Flávio Bolsonaro, na época em que era deputado estadual no Rio de Janeiro, podem afetar e ameaçar o presidente.

Reportagem

A matéria do New York Times traz como título "uma empresa familiar", e ao citar o depósito de R$ 89 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que inclusive causou agressão verbal a um jornalista do O Globo e protestos na internet, o jornal caracteriza a família do presidente como beneficiários no suposto esquema de desvio de verba pública.

A reportagem ainda fala sobre Fabrício Queiroz, citado como assessor e amigo confidente da família Bolsonaro, acabou colocando o primogênito do presidente e sua esposa Michelle no centro das investigações, algo que caracteriza o maior constrangimento do presidente, referenciando sua postura agressiva e com nervos a flor da pele ao ser questionado pelo repórter.

Judiciário

Ainda na reportagem, o The New York Times fala sobre as interferências de Bolsonaro nas investigações, e afirma que o esquema de rachadinha, que resultou na prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, e a família Bolsonaro serão um grande desafio em relação à independência do judiciário no Brasil.

Algumas das atitudes de Jair Bolsonaro foram citadas na reportagem como um trabalho realizado pelo Governo federal para enfraquecer as investigações policiais, uma vez que os acessos aos dados bancários foram claramente dificultados e o próprio Jair Bolsonaro tentou interferir diretamente na Polícia Federal no intuito de se proteger e proteger seus familiares.

A denúncia realizada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro também foi lembrada pela reportagem. O ex-ministro acusou Bolsonaro de interferência política tanto na Polícia Federal como em inquéritos que envolvem seus familiares. As denúncias de Sergio Moro foram encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela procuradoria geral que solicitou a abertura de um inquérito para que os fatos fossem investigados.

No dia 27 de abril deste ano, o Ministro Celso de Mello, sorteado como relator do caso, autorizou a abertura e ficou responsável por supervisionar a ação e autorizar as diligências devidas.

Bolsonaro

Na época em que as acusações foram realizadas por Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que teria se posicionado para interferir em assuntos relacionados a segurança de seus familiares e não em temas de inteligência e inquéritos dentro da instituição.