Repercute o vídeo publicado no site do candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) no qual ele alega estar atuando como professor da Escola de Sociologia e Política, da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). Após a declaração do candidato, o reitor da instituição afirmou que Boulos não possui mais vínculo com a entidade desde novembro de 2019.
Boulos foi professor de dois cursos de curta duração
Em nota, a FESPSP disse que Guilherme Boulos ministrou dois cursos de curta duração em 2019. Ainda de acordo com as informações levantadas pela Escola de Sociologia e Política, na época Guilherme Boulos foi convidado pelo Departamento de Extensão da instituição para ministrar o curso sobre "A questão urbana e os movimentos sociais".
Este curso teve duas edições, a primeira ocorreu entre os meses de maio a julho, e a segunda foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2019.
Consta ainda nas informações que no dia 30 de julho do mesmo ano Boulos ministrou um curso de duas horas com cinco aulas referindo-se ao direito à moradia. Na época, ele também teve acesso ao auditório da instituição para ministrar um curso do Instituto Democratize, fundado pelo próprio.
Em vídeo, Guilherme Boulos cita faculdade
Por meio do vídeo apresentado por Boulos em sua campanha eleitoral, o candidato explicou a origem da sua renda, ao rebater acusações dos adversários políticos afirmando que ele não trabalha. Durante a transcrição do vídeo, o candidato do PSOL faz questão de relembrar sua carreira como estudante e professor universitário.
"Atualmente dou cursos na Escola de Sociologia e Política, e em parceria com os institutos Pólis e IREE [Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa]", disse Boulos, em vídeo publicado no último dia 7.
Assessoria de Guilherme Boulos se manifesta
A assessoria de Boulos foi procurada pelo jornal Folha de S.Paulo para esclarecer as divergências entre as informações prestadas pelo candidato à prefeitura de São Paulo e a escola onde ele afirma estar ministrando tais cursos.
Em resposta, a assessoria afirmou que o candidato estava prestes a ministrar a reedição dos cursos realizados por ele no ano passado, entretanto isso não foi possível devido à pandemia do novo coronavírus. Outro fato que chama a atenção é que o vídeo publicado por Boulos tinha o objetivo de combater as ''fake news''.
Durante a gravação do vídeo, o candidato do PSOL afirma também que durante seis temporadas deu aulas na Escola de Educação Permanente da Faculdade de Medicina da USP.
Ao ser procurado pelo jornal para comentar as declarações de Boulos, o diretor da instituição, Décio Mion, acabou confirmando que Guilherme Boulos ministrou o curso sobre liderança entre 2011 e 2017.
Ainda de acordo com Mion, o curso era coordenado pelo infectologista Marcos Boulos, pai do candidato. Em seu vídeo, Boulos citou ainda outras fontes de renda como colunista do jornal Folha de S.Paulo e há quatro anos ele também escreve matérias para a revista Carta Capital. Por sua vez, a Escola de Sociologia e Política afirmou que mantinha o interesse em reeditar em 2020 o curso de ''Questão urbana e movimentos sociais'', entretanto isso não foi possível por conta de Guilherme Boulos estar disputando as eleições municipais.