A Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou que incluiu em uma apuração já em andamento na PGR, a suspeita levantada sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A agência teria passado orientações para a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre o caso da "rachadinha". As informações são do site G1.
Segundo o que foi publicado pela revista Época, a Abin, um órgão do Governo federal, produziu pelo menos dois relatórios para dar orientações à defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que pudesse ser pedida a anulação do caso em que ele é é investigado por um suposto esquema de desvio de verbas públicas na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no tempo em que fora deputado estadual.
Na investigação da Alerj, o amigo de longa data do presidente, Fabrício Queiroz, é apontado como operador do suposto esquema criminoso ocorrido no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Queiroz era ex-motorista e ex-assessor parlamentar de Flávio.
Segundo a Época, nos documentos a Abin fica claro que a finalidade dos documentos é a de defender Flávio. Para tal, é sugerida a substituição de "postos", fazendo referência a servidores públicos da Receita Federal (RF), e ainda elabora uma "manobra tripla" para tentar conseguir os documentos que a defesa de Flávio Bolsonaro deseja.
Os relatórios indicam a existência de um suposto esquema criminoso dentro da RF para fornecer dados de Flávio que confirmassem sua participação no caso Queiroz.
A defesa do senador confirmou à revista Época que são verdadeiros os documentos citados pela publicação.
De acordo com a Época, os relatórios da agência de Inteligência do governo foram enviados ao primogênito de Jair Bolsonaro no mês de setembro, por meio do WhatsApp, Flávio Bolsonaro por sua vez repassou os relatórios a seus advogados.
GSI
Os documentos vão de encontro ao que foi dito pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) quando em 23 de outubro, outra reportagem da Época revelou que órgãos do governo estavam se mobilizando para buscar elementos para anular as investigações envolvendo Fabrício Queiroz.
Na ocasião, o GSI confirmou que foi procurado pela defesa de Flávio, mas o órgão declarou que este era um assunto interno da Receita Federal e que respeitando as atribuições do órgão, não se envolveu no caso.
Na sexta-feira (11) o GSI repetiu esta mesma declaração.
O G1 entrou em contato com a assessoria de Flávio e não foi dada nenhuma declaração, o mesmo aconteceu com sua defesa.
O site também tentou falar com o Planalto e a Receita Federal, que até o momento da publicação da matéria não entraram em contato.