A investigação sobre um suposto esquema criminoso ocorrido na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em que salários de funcionários públicos teriam sido desviados, deverá voltar as atenções em 2021 para a suspeita de que houve lavagem de dinheiro na loja de chocolates, localizada em um shopping, que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é sócio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Irmão

De acordo com quem está acompanhando as investigações, mais um filho de Jair Bolsonaro (sem partido) deverá ser investigado pelo Ministério Público (MP-RJ).

Trata-se do vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).

Queiroz

A intensificação das investigações em 2020 chegou até Fabrício Queiroz, amigo de décadas de Jair Bolsonaro e que atuou como motorista e também como assessor do filho 01 de Bolsonaro, na época em que Flávio era deputado estadual no Rio.

Fabrício Queiroz foi apontado como sendo o operador do suposto esquema de peculato ocorrido na Alerj.

Atibaia

Em junho do ano passado, Queiroz foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, na casa de Frederico Wassef, advogado do clã Bolsonaro. Atualmente, Queiroz está em prisão domiciliar.

No começo de novembro, o MP-RJ denunciou Flávio Bolsonaro, sua esposa, Fabrício Queiroz, além de outros ex-assessores do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

A denúncia com um pouco menos de 300 páginas está aguardando análise do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

O suposto esquema em que Queiroz é apontado como operador deu prejuízo aos cofres públicos do Rio de Janeiro por mais de 10 anos.

Chocolate com laranja

Ainda não foram ajuizados pelos promotores do MP-RJ vários pontos importantes, como a possível utilização de uma loja de chocolates na Barra da Tijuca, zona oeste carioca, para a lavagem de dinheiro.

Os investigadores suspeitam que Flávio e um sócio estariam praticando fraude em uma franquia da Kopenhagen.

Eles estariam utilizando a contabilidade da empresa para "esquentar" o dinheiro que estaria vindo dos salários que o ex-deputado estaria desviando de seus assessores.

Estes funcionários públicos nomeados por Flávio Bolsonaro não iriam trabalhar e repassavam boa parte de seus salários para Fabrício Queiroz.

A defesa de Flávio Bolsonaro sempre negou essas acusações.

Resende

Também havia ficado de fora das investigações do MP-RJ o núcleo de Resende, cidade localizada quase 200 quilômetros do Rio de Janeiro.

Na localidade do sul fluminense vivem 10 parentes da segunda esposa do presidente Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, que também está sendo investigada.

Essas pessoas passaram anos nomeadas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, como foi mostrado pelo MP.

Assim como Flávio, seu irmão Carlos, a ex-esposa de Bolsonaro e todos os investigados negam todas as acusações.