O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) termina o ano de 2020 com uma homenagem inusitada. Bolsonaro recebeu um prêmio do Projeto de Reportagem sobre Corrupção e Crime Organizado (OCCRP, na sigla em inglês), a organização é um grupo de jornalistas investigativos que têm ligações com projetos como o Panama Papers.
Bolsonaro foi laureado com o "prêmio" na última quarta-feira (30) depois que um conselho de profissionais que cobrem a área terem votado.
Comunicado
O OCCRP divulgou comunicado dizendo que Jair Bolsonaro foi eleito com um discurso de apoio à Operação Lava Jato e vendia a imagem de um candidato anticorrupção, mas cercou-se de figuras envolvidas em esquemas de corrupção, além de ter usado uma propaganda com o intuito de promover uma agenda populista.
O presidente Bolsonaro atacou o sistema de Justiça e declarou guerra contra a região amazônica, o que acabou por enriquecer "alguns dos piores donos de terra do Brasil", estas foram as razões do consórcio internacional para premiar o mandatário brasileiro.
Com a homenagem, Bolsonaro se junta a Vladmir Putin, Rússia; Nicolás Maduro, Venezuela; Rodrigo Duterte, Filipinas que ganharam nas edições anteriores.
Globo
Em sua live semanal no Facebook, realizada no último dia de 2020, Jair Bolsonaro comentou sobre o prêmio.
Depois de atacar mais uma vez a imprensa, Jair Messias Bolsonaro citou informações do Ministério da Justiça e ainda voltou a comentar sobre a delação do doleiro Dario Messer, que teria repassado milhões de dólares para os irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo.
A emissora carioca negou as acusações.
Sem corrupção
O mandatário voltou a declarar que não existe corrupção em seu Governo e que a Polícia Federal (PF) do país é independente. O inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que apura se o presidente da República interferiu na direção da PF foi prorrogado mais 90 dias em dezembro.
Bolsonaro disse que o grupo de jornalistas o elegeram como a personalidade do ano na categoria nada lisonjeira e a imprensa brasileira divulga a informação.
O marido de Michelle Bolsonaro então desafia os jornalistas a olharem os números do Ministério da Justiça, pois o governo federal está há dois anos sem casos de corrupção, além da PF ser independente, afirmou Bolsonaro.
Jair Bolsonaro disse que acreditava que o grupo de jornalistas fosse investigar o caso da delação premiada de Dario Messer, que afirmou que os irmãos Marinho desviaram uma quantia milionária em propina, Bolsonaro disse que o "Caso Marinho é vergonha nacional".
O presidente reclamou que a Rede Globo continua comentando sobre o caso envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso em que o filho 01 de Bolsonaro está sendo investigado no escândalo de desvio de verba pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na época em que Flávio era deputado estadual.