O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre a gestão de Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde diante da pandemia e responsabilidades quanto à crise de Manaus por falta de insumos hospitalares que resultou na morte de vários pacientes.
Nesta segunda-feira (25), Maia disse que não tem dúvidas de que Pazuello cometeu crimes durante o combate à pandemia no Brasil. O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que fosse aberta investigação para apurar se cabe ao ministro algum tipo de responsabilidade quanto à crise em Manaus.
Para Maia, o caso deveria ser apurado por meio de uma CPI no Congresso, já que os parlamentares não têm a prerrogativa de analisar o impeachment de um ministro de Estado por atos não relacionados ao presidente da República..
Maia diz não ter dúvidas
Para Maia, Pazuello cometeu diversos erros na condução da pasta e a falta de agilidade e ações para trazer soluções para o problema gerou o ato de irresponsabilidade.
"Não tenho dúvida nenhuma da irresponsabilidade dele de [recomendar] tratamento precoce, da irresponsabilidade dele de não ter respondido a Pfizer. A irresponsabilidade dele de, como ministro da Saúde, não ter se aliado ao Instituto Butantan para acelerar a produção daquela vacina [Coronavac] e não apenas a vacina da Fiocruz.
Tudo isso caracteriza crime e a PGR está investigando", disse Maia.
"Pela incompetência e irresponsabilidade, no mínimo, do ministro da Saúde, não vamos ter crescimento de 7%, 8%, mas de 3%. Se o ministro da Saúde não respondeu a Pfizer, é crime. Não sei o termo técnico porque não sou advogado, mas para mim é crime", continuou.
Maia diz que Pazuello tem que apresentar argumentos suficientes
Citado por Maia, o assunto envolvendo a Pfizer envolve uma carta enviada pela empresa ao Ministério da Saúde informando que queria promover "todos os esforços" para garantir a reserva de lotes da vacina ao Brasil. A pasta confirmou o recebimento da carta, mas afirmou que o acordo proposto representava uma "conquista de marketing" da Pfizer e uma "frustração" aos brasileiros, devido ao número pequeno de doses do imunizante.
"Não estou acusando ninguém, estou dizendo que se de fato o Ministério da Saúde não respondeu a Pfizer e se não tiver motivos técnico muito razoáveis –alguns foram dados na imprensa e não me parecem razoáveis–, é crime", disse Maia.