O pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, cumpriu a ameaça feita há poucos dias de publicar o nome dos parlamentares evangélicos que votaram pela manutenção da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).
Silveira, apoiador do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), foi preso em flagrante na última terça-feira (16) por fazer ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia, de acordo com o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Vergonha
O religioso que se envolve em assuntos de política afirmou que se sente envergonhado de ver parlamentares evangélicos apoiarem um ato ilegal do Supremo e ainda realizarem o “jogo sujo” de uma esquerda “nojenta” que não seria a favor dos princípios e valores dos evangélicos, declarou um revoltado Silas Malafaia em um vídeo publicado nas redes sociais.
A lista de Malafaia
Na lista do pastor constam 13 nomes de parlamentares evangélicos que, de acordo com ele, são integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e da Assembleia de Deus e votaram pela prisão de Silveira. Malafaia avisou: "Guarde o nome deles", e afirmou ainda que isso não se trata de uma ameaça. Um dos nomes que Silas Malafaia divulgou foi o do deputado federal André Ferreira, que faz parte da Assembleia de Deus.
A Câmara dos Deputados decidiu manter a prisão de Daniel Silveira, que foi determinada pelo Supremo. Na sessão semipresencial no plenário da Casa Legislativa, 364 deputados votaram pela continuidade da prisão, 130 votaram contra e houve 3 abstenções.
PSL
Além do processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode resultar com a cassação do seu mandato, Daniel Silveira poderá ter que responder a uma ação no seu partido que fazer com que seja expulso do PSL.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também apresentou uma denúncia contra o parlamentar bolsonarista, que também é alvo em dois inquéritos no STF, um que investiga atos antidemocráticos e o outro por fake news.
Relembrando o caso
Daniel Silveira divulgou um vídeo em que atacava ministros do STF, com destaque para os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Gilmar Mendes.
Silveira foi preso em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, pela Polícia Federal (PF).
Nas redes sociais, o parlamentar confirmou que a PF foi à sua casa. Em uma mensagem em tom de deboche e a certeza que iria passar somente uma noite na prisão, Daniel Silveira direcionou a mensagem para os “esquerdistas que estão comemorando”, dizendo que por ter imunidade material só iria passar uma noite preso e ainda iria provar para o país quem são os ministros do Supremo, e que ser preso nas condições que foi lhe dava orgulho, disse ele.