No início de março, um funcionário do gabinete pessoal do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), morreu em decorrência da Covid-19. A informação foi divulgada pelo site O Antagonista e posteriormente confirmada pelo jornal O Globo nesta terça-feira (16). Segundo informações do jornal, o Palácio do Planalto optou por manter em sigilo a morte do funcionário. A vítima foi identificada como Silvio Kammers, um dos ajudantes de ordem do presidente.

Segundo o jornal, em discurso, o presidente voltou a defender remédios que não possuem eficácia comprovada pela ciência para combater a Covid-19 e disse desconhecer que algum funcionário do prédio apresentou quadro grave de Covid-19.

O jornal entrou em contato com a Secretaria-Geral da Presidência, que confirmou a morte de um funcionário do Planalto, entretanto, optou por não fazer a identificação da vítima. Segundo a nota, o motivo de não revelar o nome do funcionário se deu por respeito à privacidade da família dele.

Governo editou portaria após morte de funcionário por Covid-19

Segundo apurou o jornal O Globo, o Governo editou na semana passada uma portaria com o objetivo de declarar vago o cargo que era ocupado por Krammers.

O motivo alegado pela portaria foi que o funcionário faleceu, mas sem especificar a causa do óbito. No dia 9 de março o documento foi assinado por Célio Faria Júnior, que é chefe dos assessores especiais da Presidência.

Segundo o jornal, um dia depois de editar a portaria, Bolsonaro teria afirmado que desconhecia alguém do prédio que tenha sofrido com situações graves da doença.

Bolsonaro voltou a defender medicamentos sem comprovação

O mandatário disse que mais de 200 pessoas contraíram o coronavírus e a maioria buscou atendimento imediato que envolve os medicamentos que ele sempre defendeu ao longo da crise do coronavírus, como a hidroxicloroquina, a Azitromicina, a ivermectina, vitamina D, a Anita, entre outros.

Foi neste momento que ele afirmou que ninguém precisou de internação ou algo mais sério.

Na live, realizada na quinta-feira passada em suas redes sociais, Bolsonaro perguntou aos funcionários se eles tinham realizado tratamento com os remédios defendidos por ele e indicou que os funcionários não necessitaram ser internados por causa disso.

O mandatário ainda disse que quem não quisesse tomar os remédios era só não tomar, mas ressaltou que ele e várias pessoas tomaram.

Segundo informações do jornal O Globo, Silvio Krammers foi o primeiro funcionário do entorno do presidente que morreu por causa da Covid-19. Entretanto, ele não foi a primeira vítima do vírus no Planalto. Isto porque em 2020, uma funcionaria da Secretaria do governo faleceu em decorrência da doença.