Depois dos sinais de afastamento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deverá se reunir com seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB), nesta segunda-feira (1°). Esta será a primeira vez que o presidente e o vice terão um encontro individual que consta da agenda oficial. A reunião, que está programada para durar meia hora, irá ocorrer a partir das 16h.
Prestação de contas
Na manhã de segunda-feira, Mourão conversou com jornalistas em sua chegada à vice-presidência. Ele declarou que irá apresentar a Jair Bolsonaro as mais recentes atividades do Conselho da Amazônia, para atualizar o número um do poder Executivo sobre tudo o que foi realizado e entregar para o presidente o relatório anual.
Mourão é o presidente do Conselho da Amazônia Legal desde fevereiro de 2020, porém as decisões do colegiado precisam passar pelo aval de Jair Bolsonaro. O vice-presidente ainda informou que Bolsonaro pode tomar outra decisão ou fazer alguma alteração.
A reunião irá acontecer depois das demonstrações de desgaste na relação entre Mourão e Bolsonaro. Nem Bolsonaro, nem Mourão escondem que a relação entre os dois já teve dias melhores. No dia 9 de fevereiro, o vice foi vetado de participar de uma reunião entre o presidente da República e os ministros do Governo.
Na ocasião, o general Mourão afirmou que não havia sido convidado para a reunião e que Bolsonaro deve ter julgado que a presença do vice seria desnecessária no encontro.
Ele, no entanto, declarou não ter ficado incomodado com a situação.
Reclamações
Mourão chegou a fazer reclamações, no final de janeiro, em entrevista à CNN Brasil, que ele e Bolsonaro não estavam dialogando. O general afirmou à emissora que não existem conversas seguidas entre os dois e que os diálogos ocorrem de forma esporádica.
A relação entre o presidente e o vice também ficou estremecida depois que um assessor de Mourão ter sido demitido após o site O Antagonista ter revelado uma conversa entre o auxiliar do vice-presidente que afirmava que estavam ocorrendo articulações para apoiar um impeachment de Bolsonaro e apoiar Mourão como presidente.
Além disso, no final de 2020, Bolsonaro e Mourão fizeram declarações diferentes sobre temas como: as eleições nos Estados Unidos e a pandemia do coronavírus, em especial sobre assuntos relacionados com as vacinas contra a Covid-19.
Palpiteiro
No mês de janeiro, o general Hamilton Mourão declarou que poderia haver a troca de alguns ministros do governo federal. Bolsonaro não gostou da declaração do vice-presidente e disse que o governo federal não precisa “de palpiteiro de ministro” e ainda completou dizendo que quem quiser trocar ministro, que seja candidato em 2022.