Com o objetivo de atender o ex-juiz Sergio Moro, os procuradores da Lava Jato cogitaram solicitar mais uma ordem de prisão contra o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do portal UOL.

Defesa de Lula protocola diálogos da Lava Jato

Diálogos analisados pela Operação Spoofing foram protocolados no Supremo na segunda-feira (15) pela defesa do petista. Nos diálogos, os procuradores afirmam que a movimentação deveria acontecer apenas se o Russo (apelido usado para se referir a Sergio Moro) solicitasse. Os diálogos aconteceram na manhã do dia 7 de abril de 2018.

Naquele período o petista se encontrava na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele havia se reunido com entidades e militância antes de se entregar à Polícia Federal.

Apesar disso, alguns ex-integrantes da Lava Jato têm questionado se realmente as mensagens vazadas na operação são autênticas. Para eles, pode ter havido alguma edição ou alteração de mensagens e inseridas fora de contexto. Entretanto, eles não apresentaram nenhum indicio ou provas de que realmente isto tenha acontecido.

A ordem de prisão de Lula

Segundo as mensagens, 2 dias antes, o ex-juiz expediu uma ordem de prisão contra o petista relacionado ao caso do tríplex de Guarujá. Lula foi condenado em segunda instância neste processo.

Ele tinha que cumprir a pena após a decisão do julgamento em segunda instância realizado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Isto segundo interpretação do Supremo na época.

O ex-ministro determinou que o petista se entregasse até o fim da tarde do dia 6 de abril, entretanto, não aconteceu desta forma. Devido ao fato de haver muitas pessoas concentradas na frente do sindicato, os integrantes da força-tarefa estudaram como cumpririam a ordem de prisão.

Prisão preventiva de Lula

Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, enfrentou resistência porque era a favor da prisão preventiva. Na época, o procurador da República, Orlando Martello, afirmou que não era a favor da prisão preventiva porque era algo incabível, pois seria um desgaste desnecessário pelo fato de ser revogada e designada como um abuso, “salvo se o Russo (Sergio Moro) pedir”.

O procurador completou que neste caso, "por companheirismo" deveria pedir a prisão preventiva, mas se Moro não solicitasse aí não pediria.

Segundo a legislação brasileira, quem possui autonomia para solicitar prisão preventiva são os membros do Ministério Público, e não juízes. A defesa do petista argumenta que houve um suposto conluio entre os procuradores da força-tarefa e juízes contra Lula. Este é um dos principais argumentos defendidos pela defesa do petista para pedir a suspeição de Sergio Moro, que ainda segue sendo analisada pela segunda Turma do STF.