Fernando Haddad (PT) foi entrevistado, nesta terça-feira (27), na Rádio Brasil Atual, da cidade de Mogi das Cruzes (SP). Na pauta, o colapso da saúde no Brasil. A conversa girou em torno do enfrentamento do Brasil ao coronavírus e críticas ao Governo do presidente Jair Bolsonaro. O país se aproxima dos 400 mil mortos por causa da Covid-19, que neste ano já matou mais pessoas que em todo 2020.
CPI da Pandemia
No Senado Federal, começam nesta semana os trabalhos da CPI da Pandemia. Fernando Haddad afirma que a comissão parlamentar de inquérito deveria levar o governo federal a tomar as medidas necessárias para conter a disseminação da doença.
"Eu espero que a CPI, ela tenha dois propósitos: não apenas um. Em geral, a CPI tem o propósito de fazer uma apuração de responsabilidade, mas a CPI, eu acho que ela deveria também focar em constranger o governo a tomar as medidas necessárias para salvar as pessoas. Então, eu acho que a CPI pode ser um instrumento inclusive de constrangimento se ela for bem conduzida", pediu.
Sobre crimes e omissões que o presidente tem sido acusado, Haddad não acredita que isso resulte em um afastamento de Bolsonaro, já que o presidente se aliou aos deputados do centrão. "A Câmara está muito tomada pelo bolsonarismo. Bolsonaro usou o orçamento da República para fazer o maior toma lá da cá da história da República.
Acho que nunca houve um toma lá dá cá de quase R$ 100 bilhões. É disso que nós estamos falando. Que dizer, o Bolsonaro botou na mesa o Orçamento inteiro da União para blindar a Câmara dos Deputados em relação à pressão por impeachment (...) Bolsonaro já cometeu dezenas de crimes de responsabilidade graves, dezenas, previstos em lei.
Não é invenção contra a Dilma não, previstos em lei, e não acontece nada", acusou.
Ressalvas ao lockdown
Com o disparo dos casos de Covid-19, muitos prefeitos e governadores optaram pelo fechamento do comércio, tentando evitar a disseminação do vírus, aumento dos casos e, consequente, internações que têm lotado os hospitais brasileiros.
O petista diz que a medida foi tomada de forma equivocada, atribuindo ao presidente o fracasso pelo condução desastrosa da pandemia. "Aqui você faz um lockdown meia-boca. Cada um faz da sua cabeça. Acaba prejudicando a economia e a saúde pública, você extende no tempo o sofrimento das pessoas. O que está acontecendo no Brasil é o pior exemplo do mundo. Ele [Bolsonaro] tá batendo no peito e chamando pra si o que é considerado o pior exemplo do mundo na administração da crise. Ele é o campeão mundial do fracasso o Bolsonaro", disparou.