O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu mais uma entrevista à imprensa nesta quinta-feira (8). A sabatina foi feita pelo Diário do Centro do Mundo e transmitida nas redes sociais do canal de comunicação e nas mídias de Lula.
Desde que recuperou seus direitos políticos, no início de março, o petista tem concedido inúmeras entrevistas, tanto para a imprensa nacional quanto para a internacional. Na pauta, como não poderia deixar de ser, o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Lula é o principal oponente do atual mandatário numa provável disputa eleitoral de 2022.
Pandemia do coronavírus
O ex-presidente sugeriu que uma liderança mundial seja formada para que todos tenham acesso à vacina contra a Covid-19. "É preciso que se assuma a responsabilidade de uma governança global cuidar da questão do covid, cuidar da questão da vacina, porque a vacina tem que ser transformada num bem comum da humanidade e distribuída gratuitamente pras pessoas, sobretudo para os países pobres, sabe, então, é lamentável", reclamou.
Comparando o momento atual em que vivemos com a época em que o petista governava, Lula afirma que hoje o Brasil é uma nação mais triste. "Eu fico triste porque a gente não tem um sinal de esperança, nem do governo, nem de muitos empresários brasileiros, a não ser aqueles [empresários] que fizeram um manifesto cobrando do Bolsonaro o mínimo de respeito com a saúde de nosso povo e com a vida do nosso povo.
E de qualquer forma, é esse o país que nós temos, é esse governo que nós temos. É muito triste para o povo brasileiro, que era o povo mais feliz do planeta Terra. Era o povo que tinha mais esperança, seja hoje um povo tão triste", lamentou.
Críticas ao presidente Jair Bolsonaro
O político fez ressalvas a condução da pandemia do coronavírus pelo presidente, em especial a demora na compra das vacinas.
O petista criticou também o negacionismo e a visita de Bolsonaro ao Sul do país nessa quarta-feira (7). "Já poderíamos estar sendo vacinados, se o presidente não tivesse se negado a comprar, quando tinha à disposição 700 milhões de vacinas para comprar, oferecidas pela OMS [Organização Mundial de Saúde] e ele não aceitou. E ainda continua brincando, continua falando bobagem.
Ele foi para Chapecó para falar bobagem. Eu fico triste, que a gente viva esse momento".
Lula seguiu com as críticas ao atual presidente. "Esse momento de incerteza, esse momento de incompreensão, esse momento, eu diria, em que você tem um presidente que não tem o menor respeito pelo humanismo, que não tem a menor solidariedade e fica estimulando e provocando as pessoas dele a também não terem", disparou o ex-presidente.
Ainda na entrevista ao Diário do Centro do Mundo, Lula voltou a criticar sua condenação à prisão na Operação Lava Jato e a suspeição de Sergio Moro, que julgou seu caso e o tirou da disputa eleitoral de 2018.