O governador do estado de São Paulo João Doria e a deputada federal Carla Zambelli trocaram farpas nesta sexta-feira (28) durante um evento na cidade de São Paulo. Os políticos participaram da inauguração de um conjunto habitacional na maior cidade do país e se pronunciaram durante a cerimônia. Carla Zambelli é filiada ao PSL, partido no qual o presidente Jair Bolsonaro estava quando disputou as eleições presidenciais de 2018. Ela é uma ávida apoiadora do Governo federal e suas falas seguem o viés do presidente da República.

João Doria, que simpatizou com Bolsonaro durante as eleições gerais e chegou a usar a jogada de marketing com o voto "BolsoDoria", vive um grande conflito com o líder do poder Executivo Federal.

O governador e o presidente já acumulam desentendimentos desde o início da pandemia, pois João Doria foi favorável às medidas de isolamento, além de apoiar o uso da Coronavac no Brasil. Tal imunizante foi muito criticado pelo presidente, que já chegou a se posicionar contra Doria ao argumentar que a vacina não seria segura por ter sido desenvolvida na China.

O conflito na inauguração

O conjunto habitacional foi financiado com recursos do governo do estado de São Paulo e também do governo federal, por isso estavam presentes membros de ambas as instâncias da administração pública. Durante seu discurso, João Doria criticou a atuação de Jair Bolsonaro e sua postura contrária às medidas restritivas e de isolamento social, que segundo especialistas nacionais e internacionais seriam as políticas mais eficientes para frear a pandemia.

"Ele destruiu vidas, destruiu com vidas! (...) Genocida!", afirmou o governador de São Paulo. Carla Zambelli respondeu às falas do político, o que gerou grandes discussões por parte dos eleitores nas redes sociais.

Conflito entre políticos

Diferentemente de Jair Bolsonaro, João Doria defendeu durante a pandemia da Covid-19 as vacinas e políticas para a redução da circulação de pessoas.

Bolsonaro já chegou a criticar o governador de São Paulo, além de prefeitos e chefes de outros governos estaduais pelo país que, assim como Doria, defenderam o fechamento de comércios, escolas e igrejas para tentar controlar a contaminação das pessoas, além de defender imunizantes capazes de proteger a população do novo coronavírus.

O Brasil atualmente está próximo de meio milhão de mortos acumulados desde o início da crise sanitária, que tem gerado diversos efeitos socioeconômicos dentro e fora do país, como a alta do preço de insumos médicos e restrição para viagens, além de muitas mortes.