Ciro Gomes (PDT) é forte nome no campo progressista, sendo um dos destaques no xadrez político de olho na eleição presidencial de 2022. O pedetista foi o terceiro mais votado na eleição de 2018, quando obteve 13 milhões de votos, e tem um capital político importante na disputa.

Nesta segunda-feira (3), Ciro concedeu entrevista a Alexandre Frota, que foi transmitida nas redes sociais e também na Rede Brasil de Televisão. Frota é filiado ao PSDB, foi eleito em 2018 deputado federal pelo estado de São Paulo e agora também se aventura como entrevistador.

Presidência e polarização

Para começar a entrevista, Ciro foi indagado sobre a possibilidade de ser presidente da República. O político ressaltou sua experiência para concorrer ao cargo.

"Eu sou um democrata visceral, e antes da gente ouvir a voz do povo [nas urnas], eu tenho muita vontade de servir esse país, essa grande nação, que é nosso país, é o nosso Brasil, servindo como seu presidente. Eu tenho procurado me preparar e muito ao longo de quarenta anos de vida pública. Já fui prefeito de capital [Fortaleza], governador de estado [Ceará], ministro da Fazenda, ministro da Integração Nacional, deputado, enfim, acumulei uma vivência e procuro estudar. Tenho quatro livros publicados, todos eles refletindo sobre o problema brasileiro", disse.

Em outras oportunidades Frota e Ciro já chegaram a trocar farpas em discussões políticas. No início do bate-papo, o entrevistador selou a trégua e o pedetista afirmou que em tempos de polarização é importante ouvir os dois lados.

"Esses gestos, a gente tem que dar todo dia para o povo brasileiro, tudo que o Brasil precisa, hoje, é que os diferentes se respeitem, se desculpem, conversem, troquem ideias, porque essa coisa do radicalismo odiento, deixa que eu chuto, se eu sou simpático de um lado eu não quero ouvir o argumento do outro, isso está liquidando a nação brasileira", alertou.

Críticas a Bolsonaro

Como um dos maiores opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ciro Gomes não deixou de fazer ressalvas à política do atual comandante da nação.

"Eu nunca vi a situação brasileira tão grave como eu estou vendo hoje. E eu procuro sustentar essas minhas afirmações, que são às vezes muito contundentes, com números.

Repare bem, o Brasil de 1930 até 1980 cresceu ao redor de 6,34% ao ano em média. Então o que eu quero dizer é o seguinte, se você não cresce, não tem como você distribuir renda. Nasce três milhões de bebês por ano, se a riqueza é igual, vão haver mais três milhões de bocas, com a mesma comida, vai começar a faltar comida.

Ciro sobre os números atual da economia e criticou também os governos do PT e Michel Temer (MDB).

"Veja porque o pior momento é hoje. Entre 2010 e antes da pandemia, e tudo isso piorou, o Brasil parou de crescer. Dez anos parado (...) Já não sobrava, então, agora, está faltando gravemente", reclamou.