Após a instalação no Senado da CPI da Covid, comissão parlamentar de inquérito com o objetivo de averiguar eventuais omissões do poder público durante o enfrentamento da pandemia, diversos nomes que integraram e integram o Governo federal foram chamados para prestar esclarecimentos aos senadores.

Na primeira semana, o general Eduardo Pazuello deveria comparecer ao Senado Federal para depor, no entanto, o ex-ministro da Saúde declarou que teve contato com pessoas contaminadas pelo novo coronavírus e por isso sua presença no parlamento foi adiada para esta quarta-feira (19).

Os parlamentares prosseguiram com a comissão e, já na primeira semana, foi interrogado o médico e o primeiro nome a ocupar a liderança do Ministério da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta. Ele afirmou, entre outras coisas, que o chefe do governo federal queria alterar a bula da cloroquina a fim de indicá-la para o tratamento da Covid-19. Disse também que Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, participava de reuniões sobre o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

O depoimento de Eduardo Pazuello

O general compareceu ao Senado Federal nesta quarta-feira para dar explicações aos questionamentos dos senadores. Eduardo Pazuello até mesmo conseguiu um habeas corpus, que foi concedido pelo Supremo Tribunal Federal, para que pudesse permanecer em silêncio diante de perguntas que eventualmente pudessem incriminá-lo.

Entretanto, o militar deve responder a verdade sobre terceiros, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.

Pazuello sobre participação dos filhos do presidente

O militar comentou sobre as declarações de que os filhos do presidente estariam aconselhando-o sobre medidas e políticas adotadas diante da crise sanitária provocada pela Covid-19.

"Não havia influência dos três filhos políticos do presidente. E eu achava que ia me encontrar mais com eles", disse Pazuello.

Os filhos do presidente

Após a resposta de Eduardo Pazuello sobre o assunto, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) criticou a atuação do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). O filho do presidente questionou que não entendia onde o relator queria chegar com essas perguntas.

"Se um filho não pode falar com o pai... Eu não entendo essa narrativa", comentou.

Na primeira semana das reuniões da CPI, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta confirmou a participação do vereador Carlos Bolsonaro em reuniões relacionadas com assuntos do governo federal.

O segundo médico a ocupar a liderança da pasta, Nelson Teich, afirmou, por outro lado, que nunca discutiu algo com os filhos de Jair Bolsonaro, mas que divergia do presidente em algumas questões, como no uso da cloroquina.