O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou nesta última segunda-feira (14) de uma reunião com representantes da empresa Pfizer para pedir que a farmacêutica adiante o calendário de entrega de imunizantes contra a Covid-19, informou Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde.

O presidente estava junto com ministros quando conversou por videoconferência com Carlos Murillo, o presidente da Pfizer para a América Latina. A empresa já havia ofertado a venda de vacinas contra a Covid-19 para o Brasil e o Governo federal rejeitou a oferta por diversas vezes.

O Planalto alega que a farmacêutica estabelecia condições “draconianas” em seus contratos. A principal reclamação de Jair Bolsonaro e do então ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, era a de que empresa não se responsabilizaria por possíveis efeitos colaterais do imunizante.

Rodrigo Cruz informou que um dos temas principais debatidos na reunião foi a possibilidade de que as doses inicialmente contratadas sejam antecipadas. O governo tem um primeiro contrato de 100 milhões de doses em que o cronograma estima até o mês de setembro para receber a totalidade das doses, disse o secretário-executivo.

Segundo Cruz, não foi mencionado que se iria adiantar a entrega em um período de tempo determinado.

Ele ainda afirmou que os representantes da empresa afirmaram que o momento é de muita procura, porém a empresa irá se esforçar o máximo possível para que seja atendido o pedido do governo do Brasil.

O funcionário do Ministério da Saúde informou ainda que o governo federal também estuda uma proposta para comprar doses da vacina contra o coronavírus da empresa para serem aplicadas em 2022.

A Pfizer fez a proposta ao Ministério da Saúde, que agora está avaliando internamente a compra, afirmou Cruz.

Na reunião no Palácio do Planalto com Carlos Murillo, além do presidente da República estavam os ministros: Marcelo Queiroga (Saúde); Carlos França (Relações Exteriores); Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), além de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e o almirante Flavio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência.

A reunião não fazia parta da agenda oficial do presidente Bolsonaro até cinco horas após a realização do encontro. O Palácio do Planalto publicou fotografias do encontro, porém não deu informações sobre os assuntos que foram tratados entre o líder do Executivo e o representante da Pfizer.

Anteriormente

A farmacêutica Pfizer ofereceu 70 milhões de doses de vacinas para o Brasil no mês de agosto de 2020, que poderiam ter sido entregues no mês de dezembro do mesmo ano. Entretanto, o governo Bolsonaro não se interessou. Somente no mês de março de 2021, em um momento ainda mais crítico da pandemia do coronavírus, que finalmente um contrato foi firmado.