Membros da cúpula da CPI da Covid, a comissão parlamentar de inquérito que investiga as ações e eventuais omissões do Governo federal na gestão da pandemia, passaram a defender que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja investigado pela CPI. Como primeira etapa para concretizar a medida, avaliam pedir que o presidente Bolsonaro mande seu depoimento por escrito para os senadores, segundo informações apuradas pela CNN Brasil.
A emissora apurou que a equipe jurídica que dá suporte ao relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), depois de avaliar precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou à conclusão que a única coisa que impede a comissão em relação a Bolsonaro é que ele seja convocado de maneira presencial para prestar depoimento.
Foi avaliado que outras medidas, incluindo até a investigação das omissões e ações de Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus, podem ser postas em prática pelos senadores.
Nesse cenário, a cúpula da comissão prepara um caminho para que, logo, o mandatário seja instado a responder a vários questionamentos de maneira escrita. Uma das preocupações dos membros da CPI é garantir que, caso o pedido seja aprovado, não seja derrubado pelo STF.
Supremo
Foi apurado pela CNN que entre os ministros da corte não existe um consenso sobre a possibilidade da CPI investigar Jair Bolsonaro, porém, o que foi avaliado é que se for colocado no rol das testemunhas, o presidente tem a prerrogativa de prestar depoimento por escrito.
Na última sexta-feira (18), o senador Renan Calheiros conversou com a imprensa e declarou que estuda a inclusão de Bolsonaro entre os investigados pela CPI. O senador disse que se aparecerem “fatos óbvios”, a CPI terá que responsabilizá-lo. A CNN procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), que não comentou sobre o assunto.
500 mil mortos
O Brasil no último sábado (19) chegou ao trágico número de 500 mil óbitos pela Covid-19. Nesse mesmo dia houve protestos contra Jair Bolsonaro em várias cidades do Brasil. As manifestações contra o ocupante do Palácio da Alvorada chamaram a atenção da imprensa internacional no último final de semana.
Fora do Brasil
O “Fora Bolsonaro” foi dito em outros lugares do mundo além do Brasil. Foram marcados mais de 50 protestos contra o líder do Executivo do Brasil em várias cidades da Europa, como Londres, Praga, Zurique, Viena, Berlim, Amsterdã, entre outras. Os manifestantes também carregavam cartazes em que se referiam ao presidente brasileiro como “genocida” e, além de protestarem contra o alto número de mortos por Covid-19 no Brasil, também defendiam os direitos dos indígenas.