Foi retomada nesta quarta-feira (16) a CPI da Covid. A Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada no Senado Federal para apurar eventuais crimes ou omissões no combate à pandemia do coronavírus. O alvo dos levantamentos é o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas nesta semana, autoridades ligadas aos estados estão sendo ouvidas. O Brasil já soma mais de 490 mil mortes em virtude da Covid-19.

Wilson Witzel

O ex-governador do Rio de Janeiro é ouvido nesta quarta-feira pelos senadores. Witzel sofreu impeachment no último mês de abril.

Ele responde por crime de responsabilidade na gestão de recursos durante a pandemia, sendo réu por corrupção e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal denunciou o político após indícios de que o governador recebeu, via escritório da esposa, Helena Witzel, mais de meio milhão de reais em propina. As investigações no estado fluminense se debruçaram nas aquisições de respiradores, medicamentos e instalação dos hospitais de campanha. Dentre as sanções contra Witzel, ele está inelegível por cinco anos e não pode exercer cargos públicos pelo mesmo período.

Depoimento na CPI

Nesta quarta-feira (15), o ex-governador conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de não comparecer à comissão.

O habeas corpus inclui direito de Witzel não responder às perguntas. O político não usou do precedente e compareceu ao Senado. Ainda de acordo com Witzel, ele irá responder todas as indagações. "Minha intenção aqui é única de esclarecer a verdade. Meu compromisso sempre foi, como juiz federal, como defensor púbico e servidor há mais de trinta anos, falar a verdade.

Então, não tenho medo da verdade e estarei aqui à disposição. Evidente que os advogados que me acompanham tem estratégia para a defesa dos processos e eventualmente eles podem me pedir para não falar de determinada questão, que será submetida a requisições e pedidos na esfera criminal lá no Rio de Janeiro. Então, por uma questão de respeito aos profissionais, eu apesar de ter sido juiz federal, eu respeito que eles estão advogando e eu não posso contrariar as orientações dos advogados.

Mas, eu tenho certeza que não haverá problema em responder toda e qualquer pergunta aqui na CPI", disse.

O ex-governador começou criticando as medidas de enfrentamento à pandemia no país. "Uma triste realidade que o nosso país enfrenta, que certamente poderia ter sido reduzida caso nós tivéssemos uma melhor organização, melhor entendimento, melhor diálogo entre governo federal e os governadores dos estados. Então, inicialmente quero deixar aqui minha solidariedade a todos os mais de 450 mil e certamente isso tem sido doloroso", afirmou.