Ciro Gomes (PDT) foi entrevistado, na noite deste domingo (20), pela equipe do Flow Podcast. O bate-papo foi transmitido no YouTube. Ciro foi o terceiro mais votado nas Eleições presidenciais de 2018 e é nome pedetista para concorrer ao pleito de 2022.

Eleição de Bolsonaro

O político comentou a respeito dos motivos que levaram Jair Bolsonaro (sem partido) a vencer a última eleição.

Ciro lembrou que o campo progressista predominava.

"Depois de 30 anos de governos ditos de esquerda ou assemelhados à [esquerda]. Vamos ser generosos com nosso povo. Seis eleições presidenciais o povo nos deu a vitória. Dois de Fernando Henrique, dois de Lula e dois de Dilma. Aí deu no que deu, foram experimentar o Satanás [Bolsonaro] aí!", ironizou.

Para Ciro, a desilusão do povo pavimentou a estrada para eleição do atual presidente.

"Foi um voto para negar, não foi um voto para afirmar. 'Vamos votar nesse cara porque foi um ótimo deputado', 'o cara fez uns projetos aí'. [Bolsonaro] Não fez nada em trinta anos [como deputado].

Pega a lambança, a mistura de ladroeira do PT, mais a crise econômica mais grave da história que o PT produziu. Mais a imprudência política de botar o Michel Temer na linha de sucessão. Virou um negócio, uma crise econômica que eu [povo] tinha acreditado que eu ia para o céu, o crédito melhorou com Lula e eu [povo] votei na candidata [Dilma] que eu não sabia nem quem era, porque o Lula pediu. Aí [eu cidadão] quebrei e perdi o emprego", afirmou Ciro sobre o ambiente eleitoral de 2018.

Segundo Ciro, ele entende o voto de grande parte da população em Bolsonaro.

"70% do nosso povo de São Paulo, Rio, Minas, Sul, votou no Bolsonaro e agora nós vamos chamar setenta por cento dos nossos irmãos de gado?

De fascista? Paciência. Eu tô fora, eu tô em outra. Eu quero me reconciliar. Dizer que eu entendo vocês [que votaram no Bolsonaro]. Embora eu queira dizer que foi um erro. Não adianta votar para negar o outro", disse.

Projeto para o Brasil

Ciro é o autor do livro "Projeto Nacional: O Dever da Esperança". O político não acredita em uma pessoa como "salvadora da pátria", e sim em um projeto de nação.

"Mas é isso. O mundo inteiro procura fazer isso, porque nada sério vem de uma pessoa. Às vezes, eu sou confundido como dono da verdade, arrogante e tal, porque eu estudo muito. Mas assim, eu tenho uma ignorância de muita coisa, mas eu vou lá no Flow, eu passei uma hora estudando qual é o perfil do Flow, que tipo de assunto eles vão interessar, mandei levantar tudo (...) Papel do líder não é ser o dono da verdade. É interpretar o projeto. Mas esse projeto só existe se ele for coletivo", contou.