O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) concedeu uma entrevista à emissora argentina de televisão La Nación+. Na entrevista, FHC comentou a conversa que teve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no mês de maio, na cidade de São Paulo.
"Devemos unir forças nos momentos mais difíceis para que a democracia e a liberdade sejam mantidas, porque não são coisas que se dão para sempre", declarou FHC.
O tucano afirmou ainda que na situação atual do Brasil é importante para a oposição estabelecer algum tipo de relacionamento, pois "pode ser que a democracia não seja tão favorável no futuro como alguns gostariam".
Sobre o ex-presidente petista, FHC completou: “O Lula é um democrata. Pode ter um partido com ideias diferentes, mas acho que há respeito”.
Golpe
Ainda que tenha demonstrado preocupação com a democracia no Brasil, FHC declarou à emissora argentina que não acredita que o país esteja correndo o risco de sofrer um golpe. O tucano declarou que acredita que nem mesmo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha esse desejo.
Curiosamente, Lula tem o apoio de FHC, que está situado em um campo ideológico diferente do petista, ma tem recebido críticas contundentes do ex-aliado Ciro Gomes (PDT), partido que, historicamente, pertence ao mesmo campo ideológico do PT.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), está tentando promover a paz entre Ciro e Lula.
Em entrevista concedida ao quadro UOL Entrevista, do portal UOL, Santana ressaltou que os dois têm mais pontos em comum do que divergências. Camilo contou que promoveu um encontro entre Ciro Gomes e Lula em setembro de 2020, pois havia anos que os dois não se encontravam.
Santana ainda afirmou que continua acreditando que para tirar o Brasil da situação atual é preciso deixar de lado os projetos pessoais para que seja construído "um projeto de país".
O governador ainda declarou que os candidatos a presidente em 2022, Lula e Ciro, precisam se acalmar para abrirem um diálogo para tirar o país do obscurantismo.
Ciro e Lula romperam relações em 2018. Eles somente voltaram a conversar no final de 2020. Contudo, o pedetista recentemente adotou a estratégia de criticar duramente Lula.
Em maio, quando Ciro foi entrevistado pelo jornal Valor Econômico, o político declarou que Lula foi o maior corruptor da história moderna do Brasil.
Lula respondeu no Twitter que gostaria de considerar Ciro como um amigo, mas o cearense não o quer. Perguntado sobre as críticas de Ciro a Lula, Camilo Santana disse acreditar que "nada é irreversível".